Subiu para 22 o número de mortos nas manifestações que ocorrem há dois dias no Iraque, além dos mais de mil feridos. As demandas da população incluem empregos, melhores serviços de água e eletricidade e o fim da corrupção endêmica. Apesar do toque de recolher e da suspensão da internet em quase todo o território, a capital Bagdá continua a ser o palco de mais dois protestos nesta quinta-feira, 3.
O movimento é majoritariamente espontâneo, sem liderança política, e protagonizado por jovens. Até agora, o balanço dos confrontos entre manifestantes e forças de segurança é de 21 civis e um policial mortos, segundo a Comissão de Direitos Humanos do Iraque. Além disso, 1.447 pessoas foram feridas, entre as quais 401 policiais, e pelo menos 210 foram detidas pela participação nos protestos.
Espalhando-se pelo sul do país, de maioria xiita, as manifestações se tornaram o maior movimento de contestação ao governo do primeiro-ministro do Iraque, Adel Abdul-Mahdi. Alguns manifestantes pediram diretamente a queda do líder iraquiano, um tecnocrata escolhido para encarar os problemas econômicos e a corrupção generalizada. Mas as promessas não aplacaram o descontentamento da população.
Desde terça-feira 1 às cinco da manhã, as autoridades impuseram o toque de recolher em Bagdá e nas províncias de Di Qar, Nayaf e Maysan, e suspenderam o acesso à internet em 75% de todo Iraque. A justificativa é a “proteger a paz em geral” e os manifestantes de “infiltrados” que cometeram ataques contra as forças de segurança e a propriedade pública.
O terceiro dia consecutivo de protestos termina como os dois primeiros: em confrontos com as forças de segurança, que responderam com tiros para o alto, jatos de água e gás lacrimogêneo ao lançamento de pedras e garrafas vazias. Ontem, a Anistia Internacional cobrou que autoridades iraquianas abrissem uma investigação independente e urgente para averiguar o uso de “violência excessiva” contra manifestantes.
(Com EFE)