Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Ativista vegano processa Suíça por comida dada na prisão

Caso que pode levar ter consequências sobre direito de liberdade de consciência em toda a Europa

Por Da Redação
28 out 2022, 18h05

O governo da Suíça foi levado ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos nesta semana por não fornecer comidas veganas adequados a um prisioneiro e a um paciente da ala psiquiátrica de um hospital, em um caso que pode levar o veganismo a ser interpretado como uma característica protegida sob o direito de liberdade de consciência em toda a Europa. 

O caso, detalhado pelo jornal britânico The Guardian, é centrado em um ativista suíço dos direitos dos animais que não foi identificado e foi preso em novembro de 2018 por uma série de invasões e danos a matadouros, açougues e restaurantes no oeste da Suíça. Preso na penitenciária de Champ-Dollon, em Genebra, os juízes responsáveis pelo caso das invasões argumentaram que havia o perigo de repetição de seus atos devido à “falta de consciência e arrependimentos”.

+ ONU aponta ‘fracasso lamentável’ na contenção da crise climática

Poucos dias após ser preso, o homem se queixou às autoridades prisionais que não recebia uma dieta adequada de acordo com suas convicções veganas, e estava tendo que se sustentar com apenas saladas, arroz ou pães de hambúrguer. O ativista recusou um tratamento complementar de vitamina B12 (suplemento muito necessário para veganos, já que é difícil encontrá-la em grandes quantidades na alimentação sem proteína animal), até que a prisão oferecesse um de origem vegana. 

Continua após a publicidade

Mesmo tendo a suplementação da vitamina, um médico mais tarde diagnosticou que o prisioneiro sofria de prisão de ventre, hemorroidas e deficiência de ferro. Um pedido escrito para a alteração do regime alimentar foi rejeitado pela prisão.

Após a rejeição ao pedido, o advogado do preso levou o caso a um tribunal federal do país, que também negou a solicitação. O caso foi então levado ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos, que consiste de 46 juízes de cada um dos  países que assinaram a Convenção Europeia de Direitos Humanos. 

Um ex-paciente de um hospital psiquiátrico suíço juntou-se ao caso, e afirmou que também lhe foi negado o acesso a uma dieta vegana.

Continua após a publicidade

O tribunal rejeita cerca de 95% dos casos submetidos à sua apreciação, mas admitiu o recurso pedido pelo paciente e pelo prisioneiro.

Em nota publicada nesta semana, a corte instou o governo suíço a analisar se a prisão de Genebra violou o artigo 9 da Convenção Europeia de Direitos Humanos, que afirma que “todos têm direito à liberdade de pensamento, consciência e religião.” A Suíça tem de três a quatro meses para responder. 

Embora o direito a uma dieta vegana na prisão por motivos religiosos já seja coberto pela jurisprudência em alguns países europeus, uma decisão poderia expandi-lo e definir o veganismo como um sistema ético de crença. A decisão do tribunal de Estrasburgo poderia ter consequências de longo alcance para o fornecimento de alimentos em prisões e hospitais nos 46 Estados-membros do Conselho Europeu, que representam cerca de 700 milhões de pessoas.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.