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Ativista pró-democracia Joshua Wong é condenado à prisão em Hong Kong

Wong e outros dois líderes do movimento pela autonomia em relação à China foram condenados a até 13 meses de cárcere por protesto em 2019

Por Da Redação
Atualizado em 4 jun 2024, 14h06 - Publicado em 2 dez 2020, 14h49
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  • Joshua Wong, protagonista do movimento pró-democracia de Hong Kong, foi condenado a 13 meses de prisão nesta quarta-feira, 2, depois de se declarar culpado de organizar um protesto não autorizado em frente à sede da polícia da cidade no ano passado. A manifestação tinha como alvo um projeto de lei de extradição para China continental, aprovado em junho deste ano e que abre espaço para aumento de repressão chinesa no território semiautônomo.

    Duas outras figuras importantes do movimento, Agnes Chow e Ivan Lam, foram condenadas a 10 meses e sete meses de prisão, respectivamente. Chow foi acusada de incitar e participar do protesto não autorizado do dia 21 de junho, enquanto Lam foi acusado de incitar o protesto.

    “Os dias que virão serão difíceis, mas aguentaremos”, disse Wong, antes de ser retirado do tribunal. Depois, o jovem de 24 anos publicou no Twitter: “Esse não é o fim da luta. Agora nos juntamos à batalha, da prisão, ao lado de outros bravos militantes”.

    O trio – todos ex-membros do partido político Demosisto, dissolvido em protesto após a aprovação da controversa lei de segurança nacional – estava sob prisão preventiva desde 23 de novembro. Centenas de apoiadores compareceram nesta quarta-feira ao tribunal de West Kowloon, onde ocorreu o julgamento, assim como um grupo menor de manifestantes pró-China.

    Em comunicado, Yamini Mishra, diretor regional da Ásia-Pacífico da Anistia Internacional, disse que não é a primeira vez que o governo usa a acusação “politicamente motivada” de incitação a protestos para condenar manifestantes pacíficos.

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    “Ao visar ativistas bem conhecidos do movimento de protesto sem líderes de Hong Kong, as autoridades estão enviando um aviso a qualquer um que ouse criticar abertamente o governo de que eles podem ser os próximos”, disse Mishra.

    Os partidários pró-democracia de Hong Kong são alvos de ataques permanentes desde que a China aprovou, no fim de junho, uma lei draconiana de segurança nacional em resposta às grandes manifestações do ano passado.

    Esta lei é definida pelos líderes chineses como uma “espada” suspensa sobre a cabeça de seus detratores. A norma almejava acabar com as grandes manifestações no território e reforçar o poder de Pequim sobre Hong Kong. Entre as punições previstas figura a detenção por mensagens publicadas nas redes sociais.

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    De acordo com os críticos, a lei representa um golpe fatal ao princípio de “um país, dois sistemas”, que garantia até 2047 uma série de liberdades inéditas na China continental Por este motivo, alguns ativistas decidiram partir para o exterior.

    Desde o início das manifestações, mais de 10.000 pessoas foram detidas e nos tribunais se acumulam acusações contra deputados da oposição e figuras importantes do movimento pró-democracia.

    Mais de 10.000 pessoas foram presas nos últimos 18 meses em Hong Kong, incluindo a maioria dos principais ativistas e figuras da oposição.

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    Antes da sentença, o jovem Wong, considerado pelas revistas Time, Fortune e Foreign Policy uma das pessoas mais influentes do mundo, publicou uma carta sobre a rotina da prisão preventiva. No documento divulgado em uma rede social, denuncia ter sido colocado na solitária depois de passar por uma revista que usou um equipamento de raio-x para “buscar objetos estranhos” no seu estômago.

    Apesar de muito jovens, Wong, Lam e Chow são veteranos na luta política. Quando adolescentes, os três aderiram ao movimento pró-democracia e participaram em 2012 da batalha – vencida – contra a introdução de aulas de patriotismo chinês.

    Dois anos depois, desempenharam um papel importante na Revolução dos Guarda-Chuvas, que exigia o sufrágio universal em Hong Kong por meio da desobediência civil. Os manifestantes ocuparam o centro da cidade por 79 dias, resultando na prisão de alguns ativistas. Desta vez, Pequim não fez concessões.

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    Em junho de 2019, uma nova onda de protestos surgiu devido a um projeto polêmico que autorizava extradições do território para a China continental. Hong Kong foi palco por sete meses consecutivos de enormes e, muitas vezes, violentos protestos para denunciar a crescente influência do governo chinês. Wong foi preso pela primeira vez na ocasião, e a sentença desta quarta-feira marca sua quarta vez atrás das grades.

    Chow, ativista desde os 15 anos, foi uma das primeiras figuras proeminentes da oposição a ser presa sob a lei de segurança nacional, acusada de “conluio com potências estrangeiras”. Esse crime é passível de ser punido com prisão perpétua.

    (Com AFP)

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