Um atentado em plena luz do dia contra uma mesquita xiita deixou mais de sessenta mortos e dezenas de feridos durante as orações de sexta-feira na pequena cidade de Shikarpur, na província de Sind, sul do Paquistão.
As autoridades tentam determinar se o atentado foi realizado por um homem-bomba ou se um explosivo colocado no edifício, onde cerca de 400 pessoas estavam reunidas, foi acionado a distância.
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O ataque foi reivindicado pelo grupo extremista sunita Jundullah. Os xiitas representam entre 10% e 20% da população paquistanesa de quase 200 milhões de habitantes, e muitos sunitas não os consideram verdadeiramente muçulmanos. Clérigos, líderes comunitários e até peregrinos são assassinados no país.
Pouco depois da explosão, centenas de pessoas correram para o local para tentar ajudar as vítimas que estavam presas nos escombros. “O telhado da mesquita desabou na explosão”, disse Zahid Noor à agência de notícias France-Presse. “O chão estava repleto de sangue e pedaços de corpos. Havia um forte cheiro de corpos queimados, as pessoas gritavam. O caos. Os feridos foram levados para um hospital público em táxis ou motos, porque havia poucas ambulâncias”, relatou.
“Eu perdi quatro primos no ataque, mas um de meus amigos viu seus cinco filhos morrer”, disse Mohabbat Ali Babalani, morador de Shikarpur.
A explosão coincide com uma visita do primeiro-ministro Nawaz Sharif a Karachi para avaliar a segurança na província de Sind. Um relatório do Instituto dos Estados Unidos para a Paz alertou esta semana para o aumento de grupos extremistas nas zonas rurais de Sind, que até agora eram relativamente tranquilas.
“O Paquistão trava uma guerra decisiva contra o terrorismo. E estamos conseguindo resultados bons, satisfatórios”, declarou nesta sexta-feira o premiê.
(Com Estadão Conteúdo e agência France-Presse)