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Às vésperas de eleição no Chile, candidatos correm pelo apoio de moderados

Eleitores do centro, grande parcela da população, são fundamentais para vitória; presenciáveis moderaram seus discursos para conquistar os votos

Por Da Redação 15 dez 2021, 16h57

A poucos dias do segundo turno das eleições presidenciais do Chile, no próximo domingo, 19, os dois candidatos correm contra o tempo para conquistar o eleitorado de centro e os insatisfeitos.

Ao fim do primeiro turno, em novembro, o conservador da extrema-direita José Antonio Kast liderou a votação e terminou como o candidato mais votado. O social-democrata progressista Gabriel Boric, por sua vez, vem liderando todas as pesquisas de opinião e aparece como provável empossado em 11 de março de 2022.

Agora, em suas campanhas para o segundo turno, o foco de ambos tem sido o eleitorado do centro que, além de ser um grande grupo, não votou em nenhum dos dois no último mês. 

A importância dessa parcela da população é justificada nos números. Dos mais de 15 milhões de eleitores no Chile, três quartos não votaram nem Kast, nem em Boric. Além disso, mais da metade dos chilenos não foi às urnas e mais de 45% escolheram algum dos outros cinco candidatos da disputa. 

Durante sua campanha, Kast defendeu a garantia da lei e da ordem, a redução do tamanho do governo e o aumento de incentivos fiscais para estimular o investimento. No entanto, para garantir o voto dos indecisos, ele voltou atrás em algumas pautas impopulares, como a privatização da empresa estatal de cobre do país e a extinção do Ministério das Mulheres.

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Ele também tem feito um grande esforço para se apresentar como um democrata tolerante, porém continua marcado pelo seu histórico de intolerância contra a comunidade LGBTQIA+, além de comentários misóginos contra deputadas e seu apoio constante à ditadura de Augusto Pinochet, entre os anos de 1973 e 1990.

“Os tempos difíceis estão chegando e por isso é necessário um governo que forneça estabilidade, prudência e autoridade”, disse durante o último debate presidencial. 

Boric, por outro lado, tem focado seu discurso na mudança social, com a promessa de reformar o sistema previdenciário, promover os direitos das minorias, combater as mudanças climáticas e aumentar os royalties da mineração e os impostos corporativos. Porém, nas últimas semanas ele também moderou o seu discurso em busca do apoio dos eleitores do centro.

“A estabilidade é alcançada através da justiça social. É necessário uma transformação profunda para que possamos ter mais dignidade e justiça”, disse também durante o último debate.

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O norte do país também é fundamental para a conquista do cargo. Em Antofagasta, a cidade mais populosa da região mineira no deserto do Atacama, a participação ficou 5% abaixo da média nacional. Além disso, Franco Parisi, que ficou em terceiro no resultado geral e fez sua campanha inteiramente online a partir do Alabama, nos Estados Unidos, recebeu 34% dos votos por lá. Kast e Boric receberam 21% cada.

A grande quantidade de votos recebidos por Parisi indica um descontentamento da região norte com os últimos presidentes do país. Antofagasta é a cidade mais importante para a mineração, o que impulsiona a economia do Chile, porém seus residentes não veem essa importância refletida no desenvolvimento local. 

Outro fator importante para as novas eleições é a aprovação de uma nova Constituinte. O assunto foi um dos pilares principais das manifestações vivadas pelo país em 2019, com a maioria da população pedindo pela substituição da Constituição vigente, criada na época da ditadura.

Uma convenção de representantes eleitos por cidadãos está atualmente redigindo um novo documento, e o próximo presidente estará no poder quando ela for concluída e submetida a referendo. Boric já declarou publicamente que apoia a demanda e Kast se posicionou contra. 

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