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Argentina tem greve geral de 24 horas contra a política fiscal de Macri

Prevendo prejuízos de 3,6 bilhões de reais, presidente argentino enfrenta a maior greve geral desde o início de sua gestão

Por Da Redação
Atualizado em 29 Maio 2019, 18h21 - Publicado em 29 Maio 2019, 15h39

Começou nesta quarta-feira, 29, na Argentina, a quinta greve geral de 24 horas de duração contra as políticas do presidente Mauricio Macri, que concorrerá à reeleição neste ano. Segundo a mídia local, os protestos ganham força porque, além da peronista Confederação Nacional do Trabalho (CGT), diversos setores aderiram à paralisação. Entre eles, os de transportes, ferroviário e professores.

A greve foi iniciada na madrugada, com a parada total dos transportes públicos e dos caminhoneiros. A concentração para os protestos começou às 6 da manhã (horário local) nos arredores da capital argentina, Buenos Aires.

Sem transporte de passageiros, escolas ou trabalho em repartições públicas e bancos, muitas ruas de Buenos Aires estavam vazias antes das manifestações. Para garantir o sucesso da greve, vários piquetes de sindicatos e partidos de esquerda bloqueavam o trânsito de veículos em alguns acessos à capital argentina.

Uma das demandas dos grevistas é a correção do salário mínimo com base na inflação, que chegou a cerca de 50% nos últimos doze meses. As tarifas de serviços de energia elétrica e gás, elevadas com o fim dos subsídios concedidos pelo governo para a redução do déficit fiscal, são outros alvos dos protestos. A eliminação das subvenções é tida como uma das causas de a pobreza ter atingido 32% da população neste ano, segundo dados oficiais.

A Argentina sofre com a inflação galopante, o desemprego e o aumento da pobreza. O governo Macri, que ganhou às eleições com uma bandeira liberal, congelou os preços de produtos e serviços básicos à população, ação que foi mal vista pela população e que pode impactá-lo nas eleições deste ano.

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No Twitter, a hashtag #YoNoParo está com 33 mil menções sobre a greve.

A greve desta quarta poderá ser a última a ser convocada durante esta gestão de Macri. Segundo a mídia localas centrais sindicais vêem possibilidade muito baixa de organização de novas greves gerais por causa da dinâmica eleitoral, em outubro.  “Creio que pode ser a última greve durante a gestão Macri”, disse Carlos Acuña, secretário-geral da CGT, ao jornal Clarín.

Devido às paralisações, o ministro da Fazendo argentino, Nicolás Dujovne, estimou um  prejuízo superior a 40 milhões de pesos (cerca de 3,6 bilhões de reais). Trata-se de um valor 6 milhões a maior do que o da última paralisação. Segundo o ministro, 16 setores principais da economia foram afetados pela greve.

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Macri almeja um segundo mandato, mas tem enfrentado quedas nas pesquisas de intenção de voto, em especial por causa da crise econômica de difícil superação. A fórmula peronista de Alberto Fernández e da ex-presidente Cristina Fernández de Kirchner lidera na maior parte das sondagens.

(Com Reuters)

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