O presidente da Argentina, Alberto Fernández, anunciou na última quinta-feira, 20, um aprofundamento das restrições sanitárias diante do ressurgimento da segunda onda da pandemia de Covid-19.
Em mensagem da rede nacional, Fernández disse que entre o próximo sábado e domingo 30 e durante o fim de semana de 5 e 6 de junho haverá fortes restrições à circulação e à atividade econômica e social em áreas do país em “alto risco para a saúde” e “alarme sanitário”.
Outras medidas sanitárias gerais vigorarão até o dia 11 de junho.
“Vivemos o pior momento desde o início da pandemia. Todos os dados científicos indicam que o problema hoje é muito grave na Argentina, com registro de infecções e mortes”, disse o presidente.
Nas áreas mais afetadas, as atividades presenciais sociais, econômicas, educacionais, religiosas e esportivas estão suspensas e apenas lojas essenciais funcionarão.
Só será possível circular nas proximidades da casa por tempo limitado.
Fernández disse que haverá ajuda económica do Estado aos setores sociais vulneráveis e também às empresas e empresas afectadas pelas novas restrições nas zonas mais afetadas.
A Argentina vive um aumento vertiginoso de casos de Covid-19 desde o início de abril, com um nível crescente de ocupação de leitos em unidades de terapia intensiva.
No momento, são 5.951 pessoas em terapia intensiva, ocupando 72,6% dos leitos disponíveis.
Diante desse cenário, Fernández já havia endurecido as medidas sanitárias no dia 9 de abril, principalmente em Buenos Aires e sua periferia, mas os casos continuaram aumentando e agora estão experimentando também um forte crescimento no interior do país.
Segundo o presidente, as ações “contundentes” adotadas foram “fragilizadas” porque não eram compartilhadas por alguns governos locais, como o da capital, e porque havia mensagens “confusas” que levaram muitos cidadãos “a minimizar o problema”.
Além disso, disse que em alguns distritos todas as medidas foram descumpridas ou implementadas tardiamente e em outros, o controle foi relaxado ou inexistente.
“Existem municípios e províncias que hoje têm seu sistema de saúde no limite. O problema não se limita mais a um determinado território. É muito grave e é evidente em todo o país”, alertou.
Nesta semana, foi atingido o recorde diário de 39.652 infecções, na quarta-feira, e 745 mortes, na terça-feira.
Desde o início da pandemia, o país acumulou 3,4 milhões de positivos e 72.699 mortes por coronavírus.
Fernández garantiu que a campanha de vacinação será fortalecida, e que nos próximos dias serão recebidas 4 milhões de doses e agradeceu aos governos da Rússia, México e China pela colaboração para ter mais vacinas.
De acordo com dados oficiais divulgados nesta quinta-feira, cerca de 10,7 milhões de doses já foram aplicadas na Argentina, embora apenas 2,2 milhões de pessoas tenham sido inoculadas com duas doses.
Com EFE