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Apple Watch gravou assassinato de jornalista, diz imprensa turca

Publicação acrescenta que os agentes de inteligência saudita perceberam o relógio e tentaram apagar as gravações da nuvem

Por EFE
Atualizado em 30 jul 2020, 20h07 - Publicado em 13 out 2018, 15h41

O Apple Watch usado pelo jornalista saudita Jamal Khashoggi, que desapareceu após entrar no consulado da Arábia Saudita em Istambul, no último dia 2, gravou seu assassinato, afirma o jornal turco Sabah.

“Khashoggi sincronizou o relógio com o telefone, que deixou (em mãos de) sua namorada antes de entrar (no consulado). As conversas durante seu assassinato foram gravadas pelo relógio e enviadas ao telefone e à nuvem”, explica o jornal, citando “fontes confiáveis” envolvidas na investigação.

O jornal acrescenta que os agentes de inteligência saudita perceberam o relógio e tentaram apagar as gravações da nuvem, mas não conseguiram deletar todos os arquivos.

Segundo a publicação, a polícia e os serviços de inteligência turcos (MIT) conseguiram “revelar o assassinato analisando na nuvem as gravações de áudio que os sauditas não puderam apagar”.

Na sexta-feira, o jornal turco Sözcü já havia informado que o smartwatch do jornalista registrou um “diálogo em árabe”, mas a publicação descreveu que “não houve gritos nem chiados”.

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O jornal americano The Washington Post, para o qual Khashoggi tinha escrito artigos críticos em relação à Arábia Saudita, informou ontem que o governo turco comunicou às autoridades dos EUA que possui gravações de vídeo e áudio que provam que o jornalista foi assassinado no consulado.

Essas gravações mostram que Kashoggi foi detido no consulado por um equipe de segurança, que o matou e desmembrou, de acordo com o jornal americano, que cita como fontes funcionários turcos e americanos.

O governo da Arábia Saudita negou neste sábado todas as informações sobre o suposto assassinato do jornalista e o ministro do Interior saudita, o príncipe Abdulaziz bin Saud bin Naif bin Abdul Aziz, as considerou “mentiras e acusações sem fundamento”.

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No entanto, elogiou a cooperação com a Turquia para investigar o ocorrido “através da Comissão de Investigação Conjunta e outros canais oficiais”.

Uma delegação saudita chegou ontem à Turquia para coordenar com as autoridades turcas a investigação sobre o paradeiro de Khashoggi. A delegação saudita deve se reunir com a equipe turco de investigação até amanhã.

Segundo a imprensa turca, entre os representantes sauditas há altos cargos do Ministério das Relações Exteriores e dos serviços secretos.

Khashoggi desapareceu no dia 2 de outubro, logo após entrar no consulado saudita em Istambul para buscar documentos necessários para se casar com a namorada, que é turca. EFE

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