Após tentativa de assassinato, Zelensky demite seu principal guarda-costas
Inteligência da Ucrânia descobriu plano de dois agentes ucranianos, que trabalhavam para a Rússia, para matar o líder do país
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, demitiu o chefe do órgão responsável pela sua proteção depois que dois de seus agentes foram presos por causa de um suposto plano de assassinato contra ele. Os suspeitos foram acusados de traição; um também foi acusado de planejar um ato terrorista.
A demissão do chefe do Serviço de Guarda do Estado (UDO), Serhii Rud, foi revelada em decreto publicado no site presidencial. De acordo com a mídia estatal ucraniana Ukrinform, ele foi nomeado o principal guarda-costas de Zelensky em outubro de 2019, e ainda não há substituto para o cargo.
A UDO tem a tarefa de garantir a segurança do presidente e dos altos funcionários do governo, bem como a proteção dos edifícios administrativos.
Conspiração russa
No início desta semana, os serviços de inteligência ucranianos prenderam dois agentes da UDO, que estariam envolvidos em uma conspiração orquestrada pela Rússia para assassinar Zelensky. Eles foram acusados de realizar “atividades subversivas contra a Ucrânia em troca de compensação financeira”, segundo o gabinete do Procurador-Geral da Ucrânia.
Ambos os coronéis foram acusados de traição; um também foi acusado de preparar um ato terrorista.
O Serviço de Segurança do Estado da Ucrânia, o SBU, disse que os agentes que trabalhavam para a Rússia haviam se infiltrado no serviço de guarda e planejavam matar tanto Zelensky quanto outros altos funcionários do governo.
“Os investigadores da contrainteligência e da SBU frustraram os planos do FSB (serviço de segurança da Rússia) de eliminar o presidente da Ucrânia e outros representantes da alta liderança militar e política”, disse a agência de inteligência ucraniana em comunicado no aplicativo de mensagens Telegram.
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Agentes russos, de acordo com o SBU, teriam procurado “executores” voluntários entre os guarda-costas de Zelensky que pudessem sequestrá-lo e matá-lo.
O FSB, criado em 1995, é o sucessor legal da KGB, agência de espionagem da antiga União Soviética.
Tentativas de assassinato
De acordo com funcionários do governo ucraniano e a mídia local, o presidente Zelensky sobreviveu a uma série de tentativas de assassinato e sequestro por parte de agentes russos, ou ucranianos separatistas pró-Rússia, durante a guerra na Ucrânia.
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Foi relatado que mais de 400 mercenários russos do Grupo Wagner estiveram em Kiev no final de fevereiro de 2022, com ordens para assassinar Zelensky e desestabilizar o governo, para que a Rússia assumisse o controle do país.
Em abril deste ano, um homem foi preso na Polônia por suspeita de uma trama para matar o líder ucraniano. Ele teria sido encarregado de recolher informações sobre o aeroporto Rzeszow-Jasionka, que é usado por Zelensky, além de ter sido acusado de ajudar os serviços de inteligência russos a planejar o assassinato do presidente da Ucrânia.