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Após o vídeo, algumas verdades vêm à tona

Os cinco quadros confirmados de depressão e um grave problema de infiltração foram confirmados pelas autoridades na mina San José

Por Manuela Franceschini, de Copiapó, no Chile
27 ago 2010, 19h23
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  • “Sabíamos que eram imagens fortes, mas era importante que os vissem vivos”, disse o ministro da Saúde, Jayme Mañalich

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    No dia seguinte à exibição do vídeo dos 33 mineiros que estão soterrados há 22 dias, no Chile, há menos euforia e mais resignação. “Sabíamos que eram imagens fortes, mas era importante que os vissem vivos”, disse o ministro da Saúde, Jayme Mañalich, em entrevista exclusiva a VEJA. Luciano Reygadas, filho de Omar Reygadas, concorda. Ele conta que seu pai aparece nas imagens quieto e sério, muito diferente de como costuma agir. Ainda assim, ele se sente tranquilo e decidiu que deixará o acampamento na próxima semana.”Depois de tanto tempo sem vê-lo, saber que está vivo! Agora podemos ir”. Para Luciano, diante da angústia que sentiam no começo do mês, quando o acidente foi anunciado e os deram como mortos, “vê-lo um pouco mal não é nada.”

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    Ninguém nega, contudo, que a exibição do vídeo trouxe à tona algumas verdades que mexeram com as expectativas dos familiares. “É como uma ressaca depois de uma grande festa, natural”, disse Alberto Iturra, o psicólogo da Associação Chilena de Segurança que está trabalhando na mina San José com os 33 mineiros e seus familiares. A ressaca está nas barracas fechadas, no acampamento silencioso, e no número de jornalistas, que caiu pela metade.

    A gravação, que mostrou com detalhes o local onde estão e as condições em que vivem, tornou públicos os corpos machucados, as reclamações sobre a umidade, a lama que toma conta de tudo. Confrontado sobre o que diziam antes das imagens, quando afirmavam que a questão da umidade estava sob controle e que as condições eram boas, o engenheiro de minas Andre Sougarrete admitiu: “Há um problema sério de infiltração causado pelas perfurações que têm sido feitas para o resgate. Quando perfuramos, cai água pelas galerias e gera muita umidade e lama pra eles”. Segundo o engenheiro, será feita uma drenagem para contornar a situação.

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    As condições físicas dos mineiros também contrastaram com as primeiras declarações oficiais. Alguns rostos magros, a dificuldade para abrir os olhos, em muitos, a apatia completa ilustram o diagnóstico de depressão constatado em cinco dos mineiros nesta sexta-feira.

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    Iturra explica que “depressão é como gripe, uns reagem melhor, outros pior. As condições são graves, mas temos que ver a positividade do grupo, não individualmente”. Tentando amenizar o problema, disse que trata-se de um grupo unido, seguro e “com uma capacidade impressionante de superar situações adversas”.

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    O ministro da Saúde também fez questão de apontar cinco pontos positivos mostrados no vídeo: a quantidade de espaço que têm para se mover; o respeito às hierarquias que estabeleceram lá dentro; a divisão de grupos, conforme orientados; e o apoio emocional que dão uns aos outros.

    Resgate – A máquina que vai possibilitar o resgate dos mineiros está preparada para começar o longo processo de perfuração da mina neste sábado. Já montado, o aparelho atravessou na manhã desta sexta-feira o acampamento dos familiares dos operários e foi encaminhado para a entrada da jazida.

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    A perfuradora australiana Strata 950, de 30 toneladas, irá avançar de 10 a 15 metros diariamente em um duto de 66 centímetros de diâmetro para resgatar os trabalhadores. O custo da operação de resgate, que deve levar de três a quatro meses, é de aproximadamente 10 milhões de dólares, dos quais foram usados até agora cerca 3 milhões.

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