A polícia da Nigéria aconselhou nesta quarta-feira os torcedores de futebol a evitarem reuniões em lugares públicos para acompanhar a transmissão das partidas da Copa do Mundo de 2014. O pedido ocorre um dia depois de um atentado ter matado 21 pessoas que estavam aglomeradas para assistir a uma exibição pública em um telão do jogo do Brasil contra o México.
“Aconselhamos os nigerianos a evitar ao máximo os centros de transmissão das partidas”, disse o porta-voz da polícia Frank Mba. Ele sugeriu aos torcedores que se reúnam com amigos e familiares em casa para acompanhar os jogos da Copa.
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O porta-voz também afirmou que os governos regionais têm autoridade para determinar o fechamento dos locais públicos de transmissão dos jogos de futebol. “Não pedimos uma proibição total. Queremos, sobretudo, sensibilizar o público para que tome suas decisões conscientemente.”
A polícia defende ainda a adoção de medidas para melhorar a segurança no norte do país, como a criação de zonas de pedestres entre 50 metros e 100 metros ao redor desses centros de transmissão para impedir a aproximação de carros-bomba.
Nenhum grupo assumiu a autoria do ataque de terça-feira, mas o governo culpou o grupo terrorista islâmico Boko Haram, notável pela sua aversão à influência ocidental e que se notabilizou neste ano ao sequestrar mais de 200 estudantes. Em diferentes vídeos, o chefe do grupo, Abubakar Shekau, descreve o futebol como uma perversão ocidental destinada a afastar os muçulmanos da religião.
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Segundo os habitantes de Damaturu, capital do Estado de Yobe (norte do país), a bomba estava escondida em um pequeno veículo estacionado em frente ao centro de transmissão da partida.
O presidente da Fifa, Joseph Blatter, declarou-se horrorizado com a explosão. “É horrível ler sobre mortos e feridos na Nigéria, onde torcedores assistiam ao Mundial. O futebol deve unir os povos, não dividi-los”, escreveu ele no Twitter.
Na segunda-feira, um ataque no Quênia matou pelo menos 48 pessoas reunidas para ver uma partida da Copa do Mundo na noite de domingo. O atentado foi reivindicado pelo grupo islâmico Al Shabab.