O papa Francisco recordou emocionado neste domingo sua visita ao acampamento de Moria, na ilha grega de Lesbos, e em especial seu encontro com um viúvo, pai de dois filhos. Ante a multidão reunida na Praça de São Pedro, em sua tradicional oração dominical, o Papa explicou que, junto ao patriarca de Constantinopla Bartolomeu e ao arcebispo ortodoxo de Atenas e de toda a Grécia, Jerônimo, visitou um dos campos de refugiados.
“Os migrantes procedem do Iraque, Afeganistão, Síria, África, de tantos países. Saúdamos uns 300 entre eles, um por um”, contou o pontífice argentino, neto de imigrantes italianos. “Havia tantas crianças. Algumas dessa crianças viram seus pais, seus amigos, morrerem no mar. Vi tanta dor”, exclamou.
“Quero contar a vocês um caso em particular, o de um homem jovem, de menos de 40 anos. Eu o conheci ontem, com seus dois filhos. É muçulmano e me explicou que era casado com uma cristã, que se gostavam e se respeitavam mutuamente. Mas sua esposa foi degolada pelos terroristas porque não quis renunciar a Cristo e abandonar sua fé. É uma mártir”, afirmou. “Aquele homem chorava tanto…”, acrescentou, visivelmente emocionado.
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“Todos somos migrantes”, afirmou na véspera o papa Francisco na ilha grega de Lesbos, símbolo do drama dos refugiados, para os quais pediu uma solução “digna”, dando ele próprio o exemplo, ao retornar para o Vaticano com um grupo de sírios muçulmanos.
Francisco recebeu no avião papal três famílias de refugiados sírios, no total de doze pessoas, para que iniciem vida nova sob a proteção do Vaticano.
(Da redação com agência France-Presse)