Antissemitismo teve aumento dramático em todo o mundo, diz pesquisa
Relatório israelense aponta Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Alemanha e Austrália entre os países com maior incidência de crimes de ódio contra judeus
O número de incidentes antissemitas em todo o mundo aumentou dramaticamente em 2021, segundo um estudo da Universidade de Tel Aviv, em Israel, divulgado nesta quarta-feira, 27. O relatório identifica os Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Alemanha e Austrália como os países com maior incidência de crimes de ódio contra judeus.
O Anti-Semitism Worldwide Report 2021 mostra que, nos Estados Unidos, que concentram a maior comunidade de judeus fora de Israel, o número de crimes de ódio contra o grupo em 2021 quase dobrou em relação ao ano anterior.
A França registrou um aumento de 75% nos incidentes antissemitas em comparação aos índices de 2020. Já no Reino Unido, os casos de agressões físicas contra judeus tiveram um crescimento de 78%. A violência física antissemita também aumentou no Canadá, onde um importante grupo judeu relatou um recorde no número de ocorrências em agosto do ano passado.
A Austrália também passou por uma elevação acentuada na intolerância contra o grupo, contabilizando 88 incidentes apenas em maio – o maior total mensal de todos os tempos.
O documento também apontou que na Alemanha, onde ocorreu o genocídio de cerca de seis milhões de judeus na Segunda Guerra Mundial, os incidentes antissemitas aumentaram 29% em comparação com 2020 e 49% em comparação com 2019, indicando tendência de alta.
Os autores do relatório dizem que a razão desse crescimento da intolerância contra judeus se deve em parte às reações ao confronto entre israelitas e palestinos na Faixa de Gaza em maio de 2021. O conflito durou 11 dias e matou 261 pessoas em Gaza, e outras 14 em Israel, segundo as Nações Unidas.
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A intensificação do extremismo político nas redes sociais também foram apontados como responsáveis pelo aumento do antissemitismo em todo o mundo. O estudo identificou uma proliferação nas mídias sociais de teorias conspiratórias culpando os judeus e Israel por espalhar o vírus durante a pandemia de Covid-19.
“Os dados indicam a necessidade de acordos com empresas de mídia social para banir expressões antissemitas de suas plataformas”, afirma a pesquisa.
A maior preocupação dos especialistas, no entanto, é com a chamada “deep web” – parte da internet acessível apenas por meio de software de navegação especial –, onde “o conteúdo antissemita é distribuído de forma livre e aberta”, diz o estudo.
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A divulgação do relatório coincide com o Dia da Memória do Holocausto de Israel, que começa na noite desta quarta-feira. Conhecido em Israel como Yom HaShoah, o dia é um feriado nacional reservado à recordação dos judeus assassinados pela Alemanha nazista em toda a Europa.