Âncora dos EUA chora ao vivo ao falar de crianças separadas dos pais
Rachel Maddow teve de chamar um repórter para continuar a cobertura em seu lugar. O governo Trump recuou nesta quarta da política de separação das famílias
Uma âncora de televisão americana se emocionou ao vivo ao falar sobre a construção de abrigos para crianças e bebês imigrantes na fronteira dos Estados Unidos.
Rachel Maddow começou a chorar durante a apresentação do programa na emissora MSNBC na terça-feira (20) ao noticiar a inauguração de três novas instalações pelo governo de Donald Trump.
A jornalista discutia os casos de bebês e crianças separados de seus pais na fronteira sul do Texas com o México e enviados para abrigos infantis. Porém, ela ficou tão abalada que teve de mudar para outro assunto rapidamente.
“Isso é inacreditável”, afirmou, após ler atualizações sobre a notícia. “Os oficiais da administração de Trump estão enviando bebês e outras crianças pequenas…”. A âncora então tentou continuar a frase, mas não conseguiu e logo chamou um correspondente em Brownsville, no Texas, para continuar a cobertura enquanto se recuperava.
Depois que o programa terminou, Maddow foi ao Twitter pedir desculpas sobre sua quebra de protocolo e fazer um resumo sobre a notícia que não conseguiu anunciar. “Ugh, me desculpem”, ela escreveu em uma série de mensagens. “Mais uma vez, peço desculpas por me perder por um momento. “
Desde abril, quase 2000 crianças foram separadas de seus pais após cruzarem ilegalmente a fronteira. A ação faz parte da política de tolerância zero do governo Trump, anunciada pelo secretário de justiça Jeff Sessions. Segundo essa política, imigrantes que forem pegos cruzando ilegalmente a fronteira sul dos Estados Unidos com o México serão processados e terão seus filhos levados.
As separações têm causado controvérsia dentro e fora do país. A divulgação de imagens que mostram crianças dormindo em gaiolas e um áudio no qual é possível ouvi-las chorando e implorando por seus pais, causou revolta.
Segundo jornalistas que tiveram acesso aos abrigos, menores com idades entre 1 e 18 anos dormem em colchões sobre concreto em unidades rodeadas de cercas metálicas que dão, ao conjunto, a impressão de uma enorme jaula.