A cantora Taylor Swift acidentalmente irritou o governo chinês ao promover sua turnê no país com produtos que estampam o nome do seu álbum, ‘1989’, e suas inicias, ‘TS’ – o ano de 1989 é marcado na China como a data do massacre da Praça da Paz Celestial, ou ‘Tiananmen Square’, em inglês. Para os consumidores chineses, as iniciais e a data podem trazer uma mensagem subversiva, e ainda não está claro se esses itens estarão disponíveis para os fãs do país.
Taylor deve lançar sua própria marca de roupas no próximo mês, em duas famosas plataformas de vendas on-line na China – Taobao e JD.com – com camisetas, vestidos e outras peças que exibem o nome do seu álbum e turnê. A data 1989 é, na verdade, o ano de nascimento da cantora, mas acidentalmente também faz alusão a um momento bastante delicado da história chinesa, quando milhares de estudantes inocentes foram mortos pelas forças governamentais em Pequim durante protestos a favor da democracia no país.
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Mesmo 26 anos após o massacre, o governo chinês ainda silencia qualquer tipo de manifestação sobre o tema. Censores criaram um filtro de pesquisa que encontra e bloqueia as referências ao evento nas redes sociais chinesas. Ao longo dos anos, os chineses buscaram algumas formas de burlar a censura. Usavam, por exemplo, o número ’64’, em referência ao mês e dia da morte dos estudantes – 4 de junho – mas logo essa expressão também foi bloqueada das pesquisas.
No passado, o governo chinês já negou a entrada de músicos que desafiaram a política local. A banda Maroon 5 teve seus shows em Pequim e Xangai, que deveriam acontecer em setembro, cancelados após o tecladista do grupo desejar feliz aniversário para o líder budista e político do Tibete, Dalai Lama, em sua página no Twitter. Até agora, Taylor conseguiu driblar os censores: a loja JD.com ainda vende o álbum ‘1989’ em seu site e seus shows, marcados para novembro em Xangai, estão confirmados.
(Da redação)