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Alberto Fernández afasta risco de calote da dívida da Argentina

Vitorioso nas primárias, candidato kirchnerista conversa com Maurício Macri no segundo dia de tensão nos mercados

Por Da Redação
Atualizado em 14 ago 2019, 18h53 - Publicado em 14 ago 2019, 18h26
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  • O candidato kirchnerista à eleição presidencial argentina, Alberto Fernández, declarou nesta quarta-feira, 14, que sua proposta de governo para a área econômica não envolve “risco” de calote da dívida pública de seu país nem rompimento de contratos. Fernández falou brevemente com a imprensa neste segundo dia de tensão nos mercados – gerada justamente pela possibilidade de sua eleição em 27 de outubro. Ele traz como candidata a vice em sua chapa a ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner, hoje senadora.

    A turbulência manteve-se mesmo depois do anúncio de um pacote econômico de cunho eleitoreiro pelo presidente argentino, Mauricio Macri, candidato à reeleição. O dólar continuou sua trajetória de desvalorização acelerada e alcançou a cotação de 63 pesos, apesar da injeção de 248 milhões de dólares no mercado pelo Banco Central. A depreciação acumulada desde a sexta-feira, 9, é de 33%.

    A taxa de risco-país alcançou 1.963 pontos – 11% a mais do que na terça-feira –, e o índice Merval da Bolsa de Valores de Buenos Aires registrou queda de 1,86%. Segundo o jornal El Cronista, o mercado financeiro não descarta a possibilidade de a taxa de risco superar a barreira de 2.000 pontos.

    Em um segundo gesto nesta quarta-feira para acalmar os mercados da Argentina, Macri fez um chamado a todos os seus adversários eleitorais em prol de uma harmonização de mensagens sobre a economia, para evitar maiores tensões. Macri conversou com Fernández por telefone e, pelo Twitter, disse que seu concorrente “se comprometeu a colaborar em tudo que seja possível para que o processo eleitoral e a incerteza que ele gera afetem o mínimo possível a economia argentina”.

    Não há indicação de que maneira Fernández poderia contribuir para acalmar os mercados. Macri sublinhou que o adversário demonstrou “vocação de tentar levar tranquilidade aos mercados sobre os riscos de uma eventual alternância de poder”. “Ficamos de manter uma linha direta aberta entre nós dois.”

    O próprio Fernández reconheceu que todos querem que as eleições transcorram com tranquilidade. Mas lembrou que Macri e ele representam “coisas diferentes” e que sua campanha propõe uma “lógica distinta de funcionamento da economia”. “Para mim, não é fácil dar aval às suas políticas”, afirmou.

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