AIEA e Irã iniciam nova reunião sobre o programa nuclear
Reunião a portas fechadas tenta esclarecer suspeitas da fabricação de bomba
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e o Irã começaram nesta sexta-feira, em Viena, uma nova reunião para tentar iniciar um procedimento que permita esclarecer as dúvidas sobre a natureza do programa nuclear desse país, que levanta temor em todo o Ocidente por suspeitas de fabricação de uma bomba atômica.
A reunião acontece a portas fechadas na sede da AIEA, tendo a participação do diretor adjunto para Assuntos Políticos desta agência da ONU, o argentino Rafael Grossi; do inspetor-chefe de Desarmamento, o belga Herman Nackaerts, e do embaixador do Irã na AIEA, Ali-Asghar Soltanieh. O objetivo é chegar a um acordo para explicar todas as questões apontadas em um relatório da AIEA muito alarmante divulgado em novembro do ano passado.
Outra reunião crucial está programada para os dias 18 e 19 de junho em Moscou entre o grupo 5+1 (Estados Unidos, China, Rússia, Grã-Bretanha, França e Alemanha) e o Irã. A AIEA deseja, em particular, obter acesso à base militar de Parchin, perto de Teerã, onde suspeita que o Irã executou testes com explosões convencionais que podem ser aplicadas no setor nuclear.
Atividades – Recentes imagens via satélite mostram que o Irã está produzindo trabalhos de limpeza nesse local, “incluindo o uso de água, a demolição de edifícios, a retirada de cercas e o levantamento de terra”, assegurou Amano. Essas atividades aumentaram a desconfiança dos inspetores e as suspeitas de que o Irã está ocultando alguma coisa. “Queremos ter acesso a Parchin para entender o que acontece ali”, afirmou o diretor-geral da AIEA.
O governo iraniano nega veementemente todas as acusações. Ainda assim, nesta sexta-feira, o presidente chinês, Hu Jintao, pediu ao colega iraniano Mahmud Ahmadinejad que seja “flexível e pragmático” nas conversações sobre o programa nuclear.
(Com agências EFE e France-Presse)