Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

África do Sul pede que Israel seja considerado um ‘estado de apartheid’

Para ministra das Relações Exteriores do país, narrativa palestina evoca experiências da própria história de segregação racial e opressão sul-africana

Por Matheus Deccache 26 jul 2022, 15h26
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O governo da África do Sul expressou preocupação com a situação dos palestinos na região da Cisjordânia, dizendo que a ocupação de partes significativas do território e o desenvolvimento de novos assentamentos por parte de Israel são exemplos flagrantes da violação dos direitos internacionais. 

    “A narrativa palestina evoca experiências da própria história de segregação racial e opressão da África do Sul”, disse Naledi Pandor, ministra de Relações Internacionais e Cooperação da África do Sul, durante a segunda reunião dos Chefes de Missão Palestinos na África. 

    + EUA são chamados de ‘hipócritas’ por diferença entre Rússia e Israel

    Segundo ela, os “sul-africanos vivenciaram em primeira mão os efeitos da desigualdade racial, discriminação e negação” e, por conta disso, não podem deixar que mais uma geração palestina fique para trás. 

    Pandor pede ainda para que Israel seja classificado como um estado de apartheid e que a Assembleia Geral das Nações Unidas crie um comitê para verificar as ações do governo israelense. 

    Em fevereiro, a Anistia Internacional já havia pedido às Nações Unidas que sanções fossem aplicadas contra a Israel sob a acusação de violar a lei internacional ao praticar uma forma de apartheid e cometer crimes contra a humanidade em sua “dominação” sobre palestinos.

    Continua após a publicidade

    A Convenção Internacional sobre a Supressão e Punição do Crime de Apartheid de 1973 e o Estatuto de Roma de 1998 do Tribunal Penal Internacional (TPI) definem o apartheid como um crime contra a humanidade que consiste em três elementos principais. São eles a intenção de manter a dominação de um grupo racial sobre outro; o contexto de opressão sistemática do grupo dominante sobre outro; e atos desumanos.

    + Alta corte de Israel aprova expulsão de 1.000 palestinos da Cisjordânia

    Autoridades palestinas e relatores especiais da ONU nos territórios ocupados também pressionaram por sanções sobre a ocupação de terras na Cisjordânia, o bloqueio de Gaza e o assassinato em larga escala de civis palestinos.

    Para a diretora da organização de direitos humanos Human Rights Watch no Oriente Médio, Sarah Leah Whitson,  há claros paralelos entre as violações russas e israelenses do direito internacional, incluindo o cometimento de crimes de guerra. A HRW denunciou em 2021 o que chamou de “apartheid” promovido por Israel contra palestinos. 

    Continua após a publicidade

    “Vemos que não apenas o governo, mas as empresas americanas estão se submetendo a sancionar e boicotar qualquer coisa que tenha associação com o governo russo”, disse ela. “Compare isso com exatamente o oposto quando se trata de sancionar Israel por suas violações do direito internacional a ponto de os estados americanos aprovarem leis para punir os americanos, a menos que prometam nunca boicotar Israel. Está muito claro que os motivos para resistir às sanções contra Israel, ou mesmo o cumprimento da lei internacional, são puramente políticos”, completou. 

    A primeira embaixada palestina na África do Sul foi credenciada em 1995 e desde então os dois governos se tornaram fortes aliados, com o fornecimento de apoio material e público à sua causa de libertação. O país foi, inclusive, o primeiro a denunciar o assassinato na jornalista palestina-americana Shireen Abu Akleh por forças israelenses durante uma operação na Cisjordânia.

    + Investigação da ONU conclui que jornalista foi morta por forças de Israel

    Segundo dados do Centro de Direitos Humanos Al Mezan, na Faixa de Gaza, cerca de 5.418 palestinos foram mortos por operações militares israelenses na região nos últimos 15 anos, incluindo 1.246 crianças e 488 mulheres. Recentemente, uma comissão de inquérito da ONU foi criada para investigar possíveis violações no território palestino ocupado, constatando em seu relatório final que Israel é responsável por graves violações de direitos humanos contra palestinos.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.