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Acusada de matar meio-irmão de Kim Jong-un é libertada

Mulher indonésia foi filmada ao lado de vietnamita lançando agente nervoso em Kim Jong-nam em 2017. Elas dizem ter sido enganadas por agentes norte-coreanos

Por Da Redação
Atualizado em 11 mar 2019, 11h07 - Publicado em 11 mar 2019, 09h48
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  • Uma das mulheres acusadas de matar o meio-irmão do ditador norte-coreano Kim Jong-un foi libertada nesta segunda-feira, 11, depois que a Promotoria da Malásia retirou a acusação de assassinato, em uma decisão surpreendente.

    A indonésia Siti Aisyah apareceu sorridente ao ser escoltada até um veículo na saída do Alto Tribunal de Shah Alam.

    Ela era julgada ao lado da vietnamita Doan Thi Huong pelo assassinato de Kim Jong-nam no aeroporto de Kuala Lumpur, em fevereiro de 2017.

    “Estou feliz. Não sabia que isto aconteceria. Não esperava”, disse Aisyah, de 27 anos. A decisão do tribunal de Shah Alam foi uma surpresa.

    O julgamento, iniciado em outubro de 2017, deveria ser retomado com a fase de defesa após um recesso de vários meses. Mas no início da audiência, o promotor Muhammad Iskandar Ahmad solicitou a retirada da acusação de assassinato contra Aisyah e sua liberdade.

    A promotoria não esclareceu os motivos para a decisão. Após o anúncio, os advogados de Doan Thi Huong, que chorou quando a decisão a favor de Aisyah foi anunciada, solicitaram um adiamento do depoimento de sua cliente, previsto para esta segunda-feira 11.

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    Os promotores não pediram a retirada das acusações contra a vietnamita, o que sua defesa considerou como uma decisão “injusta”.

    As duas mulheres eram acusadas de atacar Kim Jong-nam no dia 13 de fevereiro de 2017 no terminal de saída do aeroporto de Kuala Lumpur. Segundo imagens de câmeras de segurança no local, elas teriam lançado o agente nervoso XV — considerado uma arma de destruição em massa — no rosto da vítima, que chegou a ser  considerado um possível herdeiro do regime norte-coreano e estava rompido com o meio-irmão Kim Jong-un.

    A dupla de mulheres sempre negou ter cometido o assassinato e alegou que acreditava estar participando de uma pegadinha. Elas declararam que foram enganadas por agentes norte-coreanos para executar o ataque.

    Quatro norte-coreanos que foram formalmente acusados pelo assassinato ao lado das duas mulheres fugiram da Malásia pouco depois do crime.

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    “Um bode expiatório”

    “Siti Aisyah está livre. Já pode sair”, anunciou o juiz Azmin Ariffin ao aceitar o pedido.

    O embaixador indonésio na Malásia, Rusdi Kirana, afirmou que estava feliz com a decisão do tribunal e anunciou que tentaria organizar o retorno de Siti Aisyah à Indonésia “o mais rápido possível”.

    O advogado de Aisyah agradeceu a decisão. “Continuamos acreditando sinceramente que ela é apenas um bode expiatório e que é inocente”, declarou.

    Durante o julgamento, testemunhas descreveram como Kim Jong-nam morreu de maneira angustiante pouco depois de ser atacado.

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    Vídeos de câmeras de segurança exibidos durante o julgamento mostraram as suspeitas correndo para banheiros diferentes do aeroporto após o assassinato, antes de abandonar o local em um táxi.

    Os promotores compararam o assassinato ao roteiro de um filme de James Bond e afirmaram que as duas acusadas eram assassinas bem treinadas.

    Mas os advogados alegaram que os quatro norte-coreanos foram os responsáveis pela trama e que forneceram o agente nervoso às duas mulheres no dia do assassinato, antes da fuga.

    Em agosto, um juiz considerou que havia provas suficientes do envolvimento das suspeitas em uma “conspiração bem planejada” com os quatro norte-coreanos para assassinar Kim Jong-nam, que se tornou crítico do regime e vivia no exílio.

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    A Coreia do Sul acusou o Norte de ter planejado o assassinato, o que Pyongyang sempre negou.  A Malásia era um dos poucos aliados do regime da Coreia do Norte, mas o assassinato de Kim Jong-nam abalou gravemente a relação e motivo a expulsão dos embaixadores dos dois países.

    Uma condenação por assassinato na Malásia representa uma pena de morte automática. O governo se comprometeu a abolir a pena capital, mas o Parlamento ainda não se pronunciou sobre o texto.

    (Com AFP)

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