Um policial de Cleveland, em Ohio, foi absolvido neste sábado da acusação de homicídio doloso no caso em que um homem e uma mulher desarmados foram mortos a tiros após uma perseguição de carro, em 2012. O resultado do processo gerou protestos na cidade. Os manifestantes marcharam pelas ruas gritando palavras de ordem como “No justice, no peace” (Sem justiça, sem paz).
O juiz John O’Donnell disse que o policial Michael Brelo, de 31 anos, agiu de maneira razoável ao atirar nos dois suspeitos. Ele subiu no capô de seu carro e disparou através do para-brisa, quando o outro veículo já estava cercado. Brelo também foi inocentado da acusação de agressão grave no mesmo caso.
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O julgamento, iniciado em 6 de abril, ocorreu em meio a um clima de forte criticismo contra os agentes de segurança pública dos EUA, devido ao uso de força letal contra grupos minoritários. O caso foi examinado em seguida a uma série de mortes de homens negros desarmados em confrontos com policiais brancos, em vários Estados americanos.
As duas vítimas, Malissa Williams e Timothy Russell, eram negras. Brelo é um ex-fuzileiro naval branco.
A perseguição policial, que começou no centro de Cleveland após relatos de tiros provenientes do veículo em que o homem e a mulher se encontravam, se estendeu por várias cidades, com velocidades que chegaram a 145 km/h, e terminou após o disparo de 137 tiros por 13 policiais.
Russell foi atingido por 24 tiros e Malissa por 23. Nenhuma arma foi encontrada no carro ou ao longo do trajeto percorrido, e especialistas forenses testemunharam que o carro, fabricado em 1979, estava sujeito a produzir disparos pelo escapamento.
“Brelo atuava em condições difíceis até mesmo para policiais experientes imaginarem”, disse O’Donnell ao ler o veredito. “Ele estava em um lugar estranho, à noite, cercado por tiros, sirenes e luzes piscando”, acrescentou.
Cinco outros supervisores da polícia foram indiciados no caso por abandono negligente do dever, e têm julgamento marcado para julho. Outros 64 policiais receberam sanções internas.
A prefeitura de Cleveland pagou 1,5 milhão de dólares a cada uma das famílias das vítimas para encerrar um processo por morte indevida.
(Com Agência Reuters)