O presidente do Conselho Nacional de Transição (CNT), Mustafá Abdul Jalil, reiterou neste domingo em Benghazi, onde a “libertação” da Líbia foi proclamada, que a legislação do país será baseada na sharia (lei islâmica).
“Como país islâmico, nós adotamos a sharia como lei essencial. E qualquer lei que violar a sharia é legalmente nula”, indicou Abdul Jalil diante de dezenas de milhares de pessoas reunidas para uma cerimônia de proclamação da “libertação” do país.
Em meados de setembro, o líder das autoridades de transição já havia afirmado que o islã seria a principal fonte de legislação na nova Líbia e rejeitou qualquer “ideologia extremista”.
Neste domingo, ele citou como exemplo a lei sobre o divórcio e o casamento que, sob o regime de Muamar Kadhafi, proibia a poligamia e autorizava o divórcio.
“Por exemplo, a lei sobre o divórcio e o casamento (…) esta lei é contrária à sharia e ela não está mais em vigor”, indicou Abdul Jalil.
Ele também anunciou a abertura de bancos islâmicos na Líbia, que, conforme a lei islâmica, proíbem juros.
“Há boas intenções por trás da regulação da lei sobre os bancos. Tentaremos em particular estabelecer bancos islâmicos que (…) proibirão a usura no futuro, de acordo com a tradição islâmica”, indicou.