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A ‘pequena esperança’ de sobreviventes das bombas atômicas na cúpula do G7

Escolha do premiê japonês de sediar evento em Hiroshima parte de esforço em retomar discussão sobre a proliferação de armas nucleares

Por Da Redação
Atualizado em 19 Maio 2023, 16h33 - Publicado em 19 Maio 2023, 16h30

A escolha de sediar neste fim de semana a cúpula do G7, o grupo dos sete países mais industrializados do mundo, na cidade japonesa de Hiroshima, não foi por acaso. Sobreviventes dos ataques com bombas atômicas em 1945, que também miraram Nagasaki, esperam que o encontro sirva como uma rara, e possivelmente última, chance de pressão pelo desarmamento nuclear diante de uma audiência global.

“Como eles estão se reunindo em Hiroshima, tenho um pouco de esperança de que eles tenham conversas positivas e deem um pequeno passo em direção ao desarmamento nuclear”, disse Sueichi Kido, uma sobrevivente de 83 anos da explosão em Nagasaki, em entrevista à agência americana Associated Press.

Às vésperas da visita ao Memorial da Paz, ex-líderes mundiais e diplomatas somaram-se aos esforços através de uma carta sobre a importância do debate em contexto de guerra na Ucrânia, iniciada em fevereiro do ano passado, e da saída da Rússia do tratado Novo Start, responsável pela regulação de arsenais nucleares.

“Já passou da hora de começar a priorizar o controle de armas nucleares e tomar ações unilaterais, bilaterais e multilaterais”, defende o documento assinado por 50 países, incluindo especialistas russos, americanos e chineses.

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Os desejos do primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, de retomar debates sobre o tema, no entanto, têm sido alvo de crítica pela expansão militar do seu país e pelo acolhimento do Japão no guarda-chuva nuclear dos Estados Unidos, que garante que uma nação não nuclear tem o direito de ser defendida por uma que apresenta o arsenal. De acordo com o Stockholm International Peace Research Institute, cerca de 12.705 ogivas estavam em estoques nucleares em 2022, a maioria controlada por Estados Unidos e da Rússia.

O Japão se recusa, ainda, a assinar o Tratado de Proibição de Armas Nucleares, em vigor desde 2021, apesar das súplicas dos sobreviventes. O primeiro-ministro alega que o acordo é impraticável, uma vez que não engloba os países que já contam com os dispositivos.

“Um caminho para um mundo sem armas nucleares se tornou ainda mais difícil”, afirmou Kishida à agência americana Associated Press, em abril. “Mas é por isso que precisamos continuar levantando a bandeira do nosso ideal e recuperar um novo impulso.”

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Composta por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, a cúpula do G7 emitiu uma declaração conjunta nesta sexta-feira. Nomeado “Visão de Hiroshima”, o documento defende a redução de dispositivos nucleares, bem como a transparência e a fiscalização dos estoques militares. A ação, contudo, foi avaliada como insuficiente por especialistas, já que não apresenta próximos passos concretos.

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O descontentamento foi acompanhado por Kunihiko Sakuma, que foi exposto quando bebê à radiação das bomba e reiterou a importância da memória sobre a crueldade provocada pelas armas nucleares.

“Cada líder deve fazer isso para que todos os cidadãos entendam. Caso contrário, a ameaça real de bombas nucleares não pode ser compreendida”, destacou.

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