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20 anos depois do 11/09, o que aconteceu com os conservadores dos EUA

Grupo ganhou destaque no início do século e defendia uma agressiva política externa para a criação de um império americano global

Por Da Redação 11 set 2021, 08h02

Em 1998, semanas antes do então presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, discursar sobre o Estado da União ao Congresso, um grupo de intelectuais, legisladores e escritores redigiram uma carta aberta ao chefe de estado defendendo com veemência a retirada de Saddam Hussein do poder no Iraque. 

O documento, publicado por meio de uma organização chamada Projeto para o Novo Século Americano, foi considerado uma declaração de política em conjunto com uma corrente de pensamento chamada de neoconservadorismo. A

inda que tenha sido ignorado por Clinton, alguns autores se tornaram nomes importantes na administração do presidente George W. Bush, que chegaria ao poder em 2001.

A influência dos chamados neoconservadores no governo Bush ainda é motivo de debate nos Estados Unidos, porém seus fortes apelos a uma presença americana agressiva no exterior definiram os primeiros anos do século XXI. 

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“Esse grupo provou ser extremamente influente na formação da política externa americana no período pós-Guerra Fria. Os neoconservadores defenderam fortemente o domínio militar global dos Estados Unidos por meio de uma série de guerras sem fim”, diz Stephen Werthein, membro do Fundo Carnegie para a Paz Internacional, à rede de notícias Al Jazeera. 

Com a saída desastrosa das tropas americanas do Afeganistão após 20 anos de ocupação, o legado do grupo continua sendo bastante criticado em todo o país. A presunção de que o poderio militar dos Estados Unidos fosse capaz de implementar uma ideologia radical, em especial no Oriente Médio, se mostrou um grande fracasso. 

O termo neoconservadorismo se tornou popular no vocabulário americano no início dos anos 2000, porém essa visão a respeito da política externa não era novidade. Nas décadas de 1990 e 2000, alguns neoconservadores eram confundidos com uma geração de jovens pensadores.

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Por meio da influência política em Washington e artigos de opinião em diversos jornais conservadores, o grupo logo se tornou um dos maiores apoiadores à guerra do Iraque e outras incursões militares americanas pelo mundo. O que se viu, então, foi uma tentativa de criar um império americano em prol da democracia liberal como eles a entendiam. 

Cada vez mais discretos, os neoconservadores saíram dos holofotes e muitos deles optaram por se unir em oposição ao ex-presidente Donald Trump. William Kristol, escritor filiado ao Partido Republicano e um dos maiores nomes do movimento, chegou a criar um novo site que funcionava como um espaço para conservadores que se opunham ao ex-presidente. 

Em 2020, inclusive, Kristol apoiou publicamente a candidatura de Joe Biden, chamando-o de “uma resposta simples para derrotar Trump”. Apesar disso, suas ideias a respeito da política externa continuam as mesmas. Em agosto, o escritor enviou uma carta a Biden pedindo que as tropas do Afeganistão fossem reforçadas, dizendo não ser tarde demais para reverter a situação no país.

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Atualmente, vários daqueles que já se consideraram neoconservadores estão buscando refúgios em outros grupos e movimentos, uma vez que o termo perdeu força ao longo dos anos. O neoconservadorismo, antes popular, parece ter perdido o sentido.

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