Manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) invadiram na manhã desta quarta-feira o terreno em que está sendo construído o futuro estádio do Corinthians, em Itaquera. Um grupo de cerca de 200 pessoas, entre eles homens, mulheres e algumas crianças, entraram no local por volta de 11 horas para protestar contra os preparativos da Copa do Mundo de 2014.
Segundo informações da construtora Odebrecht, a fim de evitar qualquer tipo de atrito com os manifestantes, os operários foram liberados para o almoço meia hora antes do que o habitual. Apesar da rápida paralisação da construção, o protesto dos sem-teto foi pacífico: eles levaram bandeiras e batuques, gritaram palavras de ordem nos degraus das arquibancadas parcialmente erguidas e foram embora menos de duas horas depois.
A reivindicação não ocorreu apenas em São Paulo. Em nota publicada em seu site, o MTST informa que estavam marcadas ações também em outras cidades que sediarão eventos do Mundial: Manaus, Brasília, Belo Horizonte, Cuiabá, Fortaleza, Rio de Janeiro e Curitiba, além de São Luiz e Belém, as quais também já sofreriam com os efeitos do torneio.
O objetivo do protesto batizado de ‘Contra os crimes da Copa 2014’, conforme o comunicado, é ‘denunciar como as ações empreendidas para a preparação da Copa prejudicam a grande maioria da população brasileira e propor a realização de um plebiscito popular sobre os temas da Copa para que todos possam opinar acerca das decisões’. Dentre as questões levantadas, está o uso de dinheiro público aplicado em megaeventos, além de ingerência da Fifa.
O estádio de Itaquera, eleito para receber ainda a semifinal e outros quatro jogos além da abertura, está orçado oficialmente em R$ 820 milhões, dos quais R$ 420 milhões virão de incentivos fiscais do município. O restante será coberto por financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).