Redação Central, 10 mai (EFE).- Em uma aula de futebol, o Santos meteu 8 a 0 no Bolívar, nesta quinta-feira, na Vila Belmiro, e enfrentará o Vélez Sarsfield nas quartas de final da Taça Libertadores, duelo que começa na próxima semana, na Argentina.
Por pouco, a equipe paulista não conquistou sua maior goleada na história da competição sul-americana, vitória conquistada ainda na era Pelé. Contudo, a vitória serviu como resposta ao que aconteceu na partida de ida, em La Paz, quando o ‘Peixe’ reclamou dos atos hostis da torcida e a violência dos jogadores adversários.
Neymar marcou duas vezes e encostou em Robinho, como segundo maior artilheiro da Libertadores, com 13 gols, um a menos que o jogador do Milan e quatro atrás do ‘Atleta do Século.
Ganso e Elano, também duas vezes, Alan Kardec e Borges completaram o massacre, placar mais elástico da atual edição da competição sul-americana.
Na próxima quinta-feira, o ‘Alvinegro Praiano’ vai à Argentina para o primeiro jogo das oitavas de final, contra o Vélez Sarsfield, que nesta semana eliminou o Nacional de Medellín.
Antes do jogo, o Santos confirmou a escalação ofensiva que também havia iniciado a partida do último domingo contra o Guarani, quando a equipe não tomou conhecimento do adversário, na primeira partida da final do Campeonato Paulista.
E o ímpeto da última vitória se repetiu na partida na Vila Belmiro. Com força no meio-campo e velocidade no ataque, o Santos começou avassalador e abriu o placar aos cinco minutos. Neymar recebeu lançamento na área e escorou de cabeça para Elano acertar belo chute de fora de área e fazer 1 a 0 para o ‘Alvinegro Praiano’.
O Bolívar não conseguia sair para o jogo e começou a usar o anti-jogo para tentar parar o time brasileiro. Tanto que no mesmo minuto, aos 7, dois jogadores levaram cartões amarelo por duras faltas. Só aos 13, os bolivianos conseguiram chegar ao ataque pela primeira vez.
Só que não era o suficiente para segurar o atual campeão das Américas, que em nove minutos acabou com o jogo. Aos 20, o goleiro Arguello cometeu pênalti infantil em Edu Dracena, ao empurrar o zagueiro dentro da área. Neymar foi para a bola e fez o segundo santista.
Aos 27, quem apareceu foi o camisa 10, Paulo Henrique Ganso, sempre com auxílio de Neymar. Após cruzamento do parceiro, o meia deu leve toque de letra para marcar. Dois minutos depois, Alan Kardec fez o quarto, após arrancar pela direita e acertar belo chute cruzado.
Mesmo com a goleada construída, o Santos não diminuiu o ritmo e seguiu forte para aplicar uma goleada histórica sobre o rival. Aos 36, Elano serviu Neymar que invadiu a área e deu leve toque na saída do goleiro. Antes de entrar a bola tocou em Valverde e morreu no fundo das redes.
E quem achou que o Santos voltaria em ritmo lento na etapa complementar teve resposta aos cinco minutos, quando Neymar serviu Elano que em um corte se livrou de dois zagueiros e deu leve toque na saída de Arguello para fazer o sexto.
Dois minutos depois, o placar foi mexido novamente, em bela cobrança de falta de Ganso que anotou o 7 a 0. No primeiro lance após o gol, o clima esquentou, quando Neymar deu um drible de efeito em Flores e caiu, reclamando ter sido atingido no rosto. Aos 11 minutos, Muricy Ramalho deu chance a Borges, atacante que vive má fase e tem sido especulado em rivais como o Palmeiras.
E quatro minutos depois, o camisa 9 – que entrou no lugar de Alan Kardec – conseguiu balançar as redes para fazer 8 a 0, depois de trama ofensiva que também teve participação de Neymar e Ganso.
Aos 17, Íbson, outro ex-titular que tem nome envolvido em especulações de transferência, foi para o campo, no lugar de Arouca. Cinco minutos depois foi a vez do garoto Felipe Anderson entrar na vaga de Elano, que saiu muito aplaudido devido os dois gols marcados.
A fragilidade do Bolívar era tão evidente que a primeira defesa do goleiro Rafael aconteceu apenas aos 23 do segundo tempo, quando Campos bateu de longe, tentando surpreender o goleiro, em chute que saiu fraco. Quatro minutos depois, Neymar respondeu e quase marcou um gol de placa, aplicando um chapéu no goleiro Arguello, que acabou salvando em cima da linha.
Depois dos lances, o Santos diminuiu o ritmo e teve menos chances, apesar de não ter deixado de tentar o gol, que significaria a maior goleada do clube na história da Libertadores, superando os 9 a 1 aplicados contra o Cerro Porteño em 1962.
Ficha técnica:.
Santos: Rafael; Henrique, Edu Dracena, Durval e Juan; Adriano, Arouca (Íbson), Elano (Felipe Anderson) e Paulo Henrique Ganso; Neymar e Alan Kardec (Borges). Técnico: Muricy Ramalho.
Bolívar: Marcos Arguello; Rodríguez, Frontini, Valverde e Álvarez (Siquita); Flores, Lízio, Cardozo (Miranda) e Campos; Arce e Cantero (Reyes). Técnico: Ángel Guillermo Hoyos.
Arbitragem: Martín Vázquez (Uruguai), uxiliado por seus compatriotas Carlos Pastorino e Carlos Changala.
Cartões amarelos: Campos, Cantero, Flores, Frontini e Valverde(Bolívar).
Gols: Elano (2), Neymar (2), Paulo Henrique Ganso (2), Alan Kardec e Borges (Santos). EFE