A ideia parecia fantástica demais. E comprovou-se a tese: a arena temporária – e desmontável – de basquete e handebol que será usada nos Jogos Olímpicos de Londres não deve mais ser enviada para o Rio em 2016, como tinha anunciado o prefeito Eduardo Paes. A presidente da Empresa Olímpica Municipal (EOM), órgão da prefeitura, Maria Silvia Bastos, praticamente descartou na terça-feira a ideia de reaproveitar a estrutura. Segundo ela, a ideia pode não ser viável devido ao custo de transporte, de montar de novo a estrutura e do armazenamento por quatro anos.
A presidente da EOM, no entanto, ainda não quis descartar “totalmente” a arena, só “praticamente”. “Ainda não tenho a definição final de custo, transporte e armazenagem. São coisas que ainda estamos trabalhando”, disse. A possibilidade de utilização da arena ganhou força na semana passada, durante visita do vice-primeiro-ministro do Reino Unido, Nick Clegg, ao Maracanã. “Podemos, sim, utilizá-la”, havia dito a secretária estadual de Esportes, Marcia Lins.
Mas, para Maria Silvia, apesar de ser uma ideia boa, os “detalhes” começaram a inviabilizá-la. “Se não trouxermos a arena vamos ter de fazer uma temporária aqui, pensar quantos assentos vamos fazer, essas coisas”, disse. A instalação de Londres tem capacidade para 12 mil pessoas, mas a Federação Internacional de Basquete (Fiba) quer ampliar a capacidade para 22 mil em 2016.
Durante a última visita ao Rio, no começo do mês, o Comitê Olímpico Internacional (COI) subiu o tom e se mostrou preocupado com o atraso de duas das principais obras para os Jogos de 2016: o Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, e o Complexo de Deodoro. Nesta terça, Maria Silvia reconheceu que eles têm razão em manifestar preocupação, dada a importância das obras, mas afirmou que a construção do Parque – de responsabilidade da prefeitura – está “totalmente no prazo, alguns dias adiantada”.
O prazo para entrega do Parque, considerado o coração dos Jogos, é agosto de 2015, para o início dos eventos teste. De acordo com a presidente da EOM, houve uma mudança no projeto, que agora prevê a construção de três pavilhões (e não mais quatro) para a disputa de dez modalidades. As instalações, segundo ela, vão ter “arquitetura nômade”. Ou seja: depois dos Jogos, serão levadas para outros pontos da cidade, onde serão transformadas em escolas, bibliotecas, creches, e até um anfiteatro ao ar livre.
“Ao desenharmos uma arena temporária (a construção levará dois anos), queremos já definir que equipamento ele vai ser (se uma escola ou uma creche), e onde vai ficar”, disse Maria Silvia, durante o II Seminário Rio-Barcelona, promovido pela prefeitura para troca de experiências com a cidade catalã, que recebeu os Jogos em 1992. O encontro termina na quarta.
(Com Agência Estado)