DOHA – Na véspera da estreia na Copa do Mundo nesta quinta-feira, 24, o técnico da Sérvia, o ex-jogador Dragan Stojkovic, elogiou o ataque da seleção brasileira, a quem chamou de “geração de ouro”. O termo bem que também poderia se referir à sua própria artilharia. A seleção europeia, que encara o time de Tite a partir das 16h (de Brasília), no estádio Lusail, pelo Grupo F, conta com uma dupla de frente poderosíssima formada por Dusan Vlahovic, de 22 anos, e Alexsandar Mitrovic, de 28, além de outros talentosos homens de frente.
Tanto Vlahovic, da Juventus, quanto Mitrovic, do Fulham, chegaram ao Catar se recuperando de lesão, mas estão aptos para a estreia. O mais jovem, canhoto de 1.90m, já até deixou sua marca na goleada diante do Bahrein por 5 a 1, no último teste antes da Copa. Já Mitrovic, destro de 1.89 m, se recuperou de dores musculares e foi confirmado pelo técnico Stojkovic.
Ambos aliam força física a qualidade técnica – e muito faro de gol. Vlahovic se transferiu da Fiorentina à Juventus em janeiro deste ano, por 80 milhões de euros (mais de 450 milhões de reais), e logo conquistou seu espaço. Fez seis gols em 10 jogos pela temporada italiana. Nascido em 28 de janeiro de 2000, em Belgrado, na Sérvia, Vlahovic se destacou desde as categorias de base. Quando tinha 15 anos, assinou seu primeiro contrato profissional com o Partizan, equipe tradicional do futebol sérvio. É tratado como joia local e é uma das maiores preocupações do Brasil.
“Nosso adversário vem com um grande trabalho recente, jogadores em grande fase, em recuperação. Sabemos como enfrenta-los, respeitamos porque é uma equipe forte e essa coisa de favoritismo acaba quando entra em campo. Tem características ofensivas perigosos”, afirmou Cleber Xavier, assistente de Tite, na coletiva do dia anterior.
Já Mitrovic é a grande estrela do Fulham, da Inglaterra, pelo qual marcou nove gols em 12 jogos do Campeonato Inglês. Formado pelo Partizan, equipe de Belgrado, o atacante começou a se destacar na temporada 2012/13. Após manter o bom desempenho no Anderlecht, da Bélgica, passou sem tanto sucesso pelo Newcastle, da Inglaterra, até se reencontrar na equipe da capital Londres.
Desde 2018 no Fulham, Mitrović ajudou o time a subir da segunda para a primeira divisão inglesa em três oportunidades. A crítica sobre o atacante girava em torno de suas atuações na Premier League, sem tanta eficiência quanto na Championship, mas isso acabou na atual temporada.
Depois de bater o recorde de maior número de gols na ‘segundona’ inglesa em uma só temporada (43 gols em 44 jogos, além de sete assistências) Mitrović é o quarto colocado na artilharia da atual edição da Premier League, com 9 gols, metade do que o líder isolado, Erling Haaland, do Manchester City, que tem 18.
Os números com a seleção da Sérvia também impressionam: 50 gols em 76 jogos. O jogador tem a experiência de ter participado da última Copa do Mundo, na Rússia, na qual marcou um gol em três jogos (na ocasião, passou em branco na derrota para o Brasil).
O técnico Stojkovic, ídolo do futebol local (marcou gols nas Copas de 1990 e 1998 pela Iugoslávia), que assumiu o comando da seleção em 2021, disse que a Sérvia atual é mais forte do que a da Copa de 2018, quando foi derrotada por 2 a 0 para o Brasil na primeira fase. “Tem uma diferença, hoje fazemos a estreia contra o Brasil, e não o último jogo, isso muda muito. Temos jogadores mais maduros, confiantes, com a experiência de ter jogado uma Copa. É um desafio novo”.
O time conta com outros destaques individuais, como capitão Dusan Tadic, do Ajax, mas não deve contar na estreia com o ponta Filip Kostic, da Juventus. “Ele tem problemas musculares e não sabemos se joga. Quero ser muito honesto, não tenho nada a esconder”, disse o técnico.
O provável 11 titular do Brasil para a partida deve ter: Alisson; Danilo, Marquinhos, Thiago Silva e Alex Sandro; Casemiro, Paquetá, Raphinha, Neymar e Vinicíus Júnior; Richarlison. Já a Sérvia deve ir a campo com: Vanja Milinkovic-Savic; Milenkovic, Veljkovic e Pavlovic; Zivkovic, Gudelj, Sergej Milinkovic-Savic, Mladenovic (Kostic) e Tadic; Mitrovic e Vlahovic.