O ex-goleiro Marcos é reverenciado no Palmeiras e idolatrado pela torcida, mas tem relações estremecidas com outro antigo ídolo alviverde, Oberdan Cattani. Importante jogador do clube entre as décadas de 1940 e 1950, o ex-atleta confirma não ter amizade com o recém-aposentado.
‘Certa vez, eu dei uma entrevista na TV e perguntaram para mim sobre goleiros, e falei que eles estão com medo de sair do gol. O Marcos ouviu e ficou meio queimado, me pegou em um jornal, falou coisas de mim. Eu não falei que o Marcos não sabia sair do gol, apenas disse que bola cruzada na área tinha de ser do goleiro’, afirmou Oberdan, em entrevista à rádio Estadão ESPN.
Desde então, Marcos e Oberdan não nutrem uma relação próxima. ‘Eu prefiro não ter amizade, que Deus o ajude, estou muito bem na minha casa, sou conselheiro vitalício, nem aos jogos assisto mais. O que adianta falar e meter o pau?’, acrescentou.
Justamente por ser integrante do Conselho Deliberativo, o ex-goleiro viu o órgão aprovar na noite de quinta-feira o busto em homenagem a Marcos, que será exposto na Arena Palestra.
‘Acho que o busto é merecido, pois o atleta deu glórias. Isso foi correto. Acho que é merecido, como fizeram para o Ademir, o Waldemar…’, ponderou Cattani, que não tem uma estátua em sua homenagem.
‘Eu me sinto feliz, independentemente de busto. Eu saí do Palmeiras. Peguei um presidente que viajou comigo ao Chile pela Seleção e tive uma proposta fabulosa para jogar lá, mas ele falou que eu não sairia. Depois, recusei uma proposta do México. Mais para frente, fui dispensado’, lamentou.
Depois de sua saída do Verdão, Oberdan atuou pelo Juventus e enfrentou sua ex-equipe. Por isso, de acordo com as regras do clube, Cattani não pode receber um busto do Palmeiras. Enquanto a homenagem a Marcos é preparada, apenas outros três ídolos receberam tal honraria: Ademir da Guia, Waldemar Fiúme e Junqueira.