De acordo com Jorge Lacerda, presidente da Confederação Brasileira de Tênis (CBT), Christian Lindell tomou a decisão de defender o Brasil em detrimento da Suécia. Já Lars Lindell, pai do jogador com dupla nacionalidade, evitou confirmar a informação e disse apenas que um acordo está próximo.
Segundo Lacerda, Christian se sentiu atraído pelo projeto de formação de atletas para os Jogos Olímpicos capitaneado por Gustavo Kuerten e Larri Passos, com a chancela da CBT e do Ministério do Esporte. Ao lado de outros 14 tenistas, o jovem de 19 anos foi um dos contemplados pelo programa.
‘A gente já vinha conversando com o Christian há um tempo e precisávamos de alguma coisa para ele realmente ficar no Brasil. Eu já tinha mostrado o projeto, mas ainda não havia sido aprovado. Assim que passou, o Guga e o Larri fizeram contato e ele confirmou’, explicou Lacerda.
Filho de pai sueco e mãe brasileira, Christian Lindell, nascido no Rio de Janeiro, foi passar férias no país europeu aos 16 anos e resolveu disputar um torneio. Após se destacar, o garoto acabou convidado a mudar de nacionalidade pela federação local, que arcou com os custos de seu desenvolvimento.
Em 2010, após alcançar a semifinal da etapa de São Paulo da Copa Petrobras, ele chamou a atenção da CBT e passou a negociar com a entidade a possibilidade de defender o Brasil. A GE.Net tentou contato com o jogador, mas ele não atendeu às ligações. Lars Lindell, por sua vez, foi cauteloso ao comentar o assunto.
‘Esse é um tema muito delicado. Está realmente próximo de acontecer, mas ainda não está 100% confirmado. Eu diria que está bem encaminhado, já em fase de conclusão. Tenho que ter cuidado para falar sobre isso, pois devo muitas satisfações aos suecos’, declarou Lars Lindell.
Com 19 anos, Christian é o 311colocado no ranking mundial e chegou ao 288posto em julho. Ele estaria na nona posição entre os brasileiros, mas é, pelo menos, três anos mais novo que os melhores do País. Na Suécia, além de Robin Soderling, sexto da lista, apenas MichaelRyderstedt, 26 anos e 266 , está na frente do jovem nascido no Rio de Janeiro.
O técnico Larri Passos é um entusiasta da definição de Christian pelo time nacional. ‘O menino é apaixonado pelo Brasil, apaixonado pela equipe. Ele tem uma relação afetiva com o Brasil muito maior do que com a Suécia, a gente sabe disso. Eu, particularmente, também gosto muito dele’, afirmou o treinador.
A definição de Christian pelo Brasil pode ser considerada uma virada de jogo. Thomas Enqvist, capitão da Suécia na Copa Davis, admira o jovem tenista, assim como Robin Soderling. Para completar, ele é agenciado pela Lagardere, dona dos ATP 250 de Bastad e Estocolmo, e ainda disputou a Copa do Mundo por nações pelo país escandinavo.
Como não chegou a defender a Suécia na Copa Davis, Christian não terá problemas para passar a jogar pelo Brasil. Otimista, Jorge Lacerda já pensa no processo burocrático de mudança de nacionalidade. ‘É bem simples, como se fosse trocar de clube’, minimizou o presidente da CBT.