José Antonio Diego
Madri, 10 nov (EFE).- A Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF) definirá nesta sexta-feira, em Monte Carlo, o dilema que enfrenta para definir Yohan Blake ou Usain Bolt como melhor atleta do ano, e Londres ou Doha como sede dos Mundiais de 2017.
O queniano David Rudisha, condecorado em 2010, também faz parte do trio de finalistas, com seu título mundial de 800 e sua melhor marca mundial do ano (1min41s33), mas o ‘incidente’ de Daegu na final dos 100 metros altera inevitavelmente o focos para os dois velocistas.
A desqualificação de Bolt por largada falsa nos Mundiais privou os torcedores de um grande duelo com Yohan Blake, que herdou a coroa de seu companheiro de treinos. Agora, a incerteza sobre quem merece o título de melhor atleta mundial do ano paira no ar.
Bolt já conquistou o triunfo em 2008, quando arrebentou nos Jogos Olímpicos de Pequim com três ouros e outros vários recordes, e também em 2009, quando repetiu a façanha nos Mundiais de Berlim. O atletismo poderia aproveitar agora a ocasião para reduzir sua dependência do grande velocista jamaicano, que acumulou perigosamente titulares nos dois últimos anos.
Blake, que alcançou nesta temporada a segunda melhor marca da história nos 200 metros (19s26), é também uma aposta de renovação no estagnado panorama da velocidade mundial.
Na categoria feminina a única dúvida é de ordem técnica. Vivian Cheruiyot, a pequena de 1,53 metros e 39 quilos, foi a mais eficiente. A atleta foi a única a conseguir dois ouros no Mundial de Daegu (5.000 e 10.000), conquistou o título do mundo de cross e apresentou o melhor registro nos 5 quilômetros (14min20s87).
O único problema para Cheruiyot é que está relacionada também para correr na Espanha no domingo, no cross de Atapuerca (Burgos), e isso poderia impedir a atleta de estar na noite do sábado em Monte Carlo para receber o troféu da IAAF.
As outras duas finalistas são a neozelandesa Valerie Adams, que conquistou o título mundial de peso e o melhor lançamento em onze anos (21,24), e a australiana Sally Pearson, campeã de 100 metros com barreiras e autora da melhor marca nos últimos 19 anos (12.28).
Um dia antes da Cerimônia de Atletismo Mundial, na sexta-feira, a IAAF anunciará a sede dos Mundiais 2017. Uma escolha entre a tradição (Londres) e o dinheiro (Doha).
Em seu afã por matar dois coelhos em uma só cajadada, a IAAF sugeriu às duas candidatas que entrem em um acordo para organizar as edições de 2017 e 2019, mas as duas se negaram a considerar qualquer alternativa que não seja a de sediar a primeira delas. EFE