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Di María, o fundamental coadjuvante da era Messi

Autor do gol no Maracanã que deu à Argentina a confiança para sonhar com o tri, ele agora é uma lenda eterna em seu país

Por Luiz Felipe Castro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 18 dez 2022, 17h05 - Publicado em 18 dez 2022, 15h31
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  • DOHA – Ele nasceu em Rosário, tem talento puro na perna esquerda e é sempre decisivo. Um herói nacional, cujos feitos são lembrados em canções pelos torcedores argentinos. A descrição não cabe apenas para Lionel Messi, o cara e a cara do tricampeonato argentino na final mais espetacular da história, mas também para o seu melhor “sócio”: Ángel Di María, que sofreu um pênalti no primeiro gol e marcou o segundo do empate em 3 a 3 no triunfo por pênaltis sobre a França, no Lusail, na tarde deste domingo, 18.

    O meia atacante de 34 anos estreou na seleção em 2008, três anos depois de Messi, e foi protagonista nas maiores alegrias da seleção. Ainda jovem, marcou um golaço de cobertura contra a Nigéria que valeu ao time a medalha de ouro na Olimpíada de Pequim. Já veterano, fez o gol que até esta tarde era o mais importante de sua gloriosa carreira: também com um toque de classe, encobriu o brasileiro Ederson, na vitória por 1 a 0 no Maracanã que deu à seleção argentina adulta o título da Copa América de 2021, encerrando um jejum de 28 anos sem uma mísera taça. A conquista tirou um enorme peso das costas da equipe, especialmente de Messi e do técnico Lionel Scaloni.

    Nos últimos anos, sua ausência também foi preponderante. Destaque em toda a campanha na Copa de 2014, ele acabou ficando de fora da final contra a Alemanha e sua falta foi extremamente sentida. O mesmo voltou a acontecer em Lusail após sua substituição.

    Multicampeão por Benfica, Real Madrid e PSG, o jogador revelado pelo Rosario Central é uma unanimidade em relação a seu talento, mas teve a carreira prejudicada por problemas físicos. Scaloni não queria correr riscos e admitiu ter preservado o camisa 11 na semifinal diante da Croácia. Ele sabia que precisaria de Di María na decisão e mais uma vez o melhor coadjuvante do mundo não decepcionou.

    Escalado de titular, bem aberto na esquerda, Di María foi a grande arma da Argentina no primeiro tempo. Ele não demonstrou qualquer tipo de nervosismo que seria natural para a ocasião. Seus lances de categoria – os “luxos”, como dizem os hermanos – pareceram dar ainda mais confiança a um time já incrivelmente focado. Como tantas vezes fez na carreira em noites de Champions League, em Pequim ou no Maracanã, Di María no Lusail. Primeiro, sofreu o pênalti de Ousmane Dembelé, convertido pelo parceiro de uma vida, Messi. Depois, completou um contra-ataque de manual com extrema frieza, tirando de Hugo Lloris. Comemorou com seu tradicional gesto de coração que apaixonou os argentinos nos últimos 15 anos.

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    Surpresa na escalação, Di María tocou na saída de Lloris para marcar -
    Surpresa na escalação, Di María tocou na saída de Lloris para marcar – (Alexandre Battibugli/Placar)

    Aos 63 minutos, Di María deixou o campo ovacionado. “Fideo, Fideo”, gritou em uníssono o estádio, citando o apelido do craque (um tipo fino de macarrão, uma alusão à sua magreza). Sem ele, o time parece ter se desconcentrado em meio ao show de Kylian Mbappé. Mas Messi e o goleiro Dibu Martínez não deixaram os feitos de Di María serem apagados.

    A história registrará com justiça Lionel Messi como o grande gênio desta geração, o novo rei do futebol e Diós para os argentinos. Mas se Messi é o Pelé argentino, não seria tão exagerado dizer que Di María é o Garrincha de Rosário. O que Bebeto foi para Romário. O coadjuvante de luxo.

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