Daniel Alves deixou a prisão no início da tarde desta segunda-feira, 25, após pagar a fiança de 5,4 milhões de reais à justiça espanhola. O ex-jogador foi condenado a quatro anos e meio de prisão por estupro de uma jovem de 23 anos, numa boate em Barcelona, e já cumpriu cerca de um quarto da pena.
De acordo com o diário catalão La Vanguardia, a defesa demorou cinco dias para conseguir arrecadar o montante exigido pelo tribunal. “Depois de um fim de semana de intensos encontros presenciais e telefônicos, a defesa do jogador conseguiu, finalmente, depositar o dinheiro nesta segunda-feira numa conta do tribunal que o condenou”, escreveu o jornal.
O pedido de liberdade foi feito na terça-feira 19 e teve apenas um voto contrário. A defesa do jogador alegou que ele não fugiria. Há condições, no entanto, para a manutenção da liberdade. A imposição de medida cautelar, impedindo Alves de se aproximar da vítima, é uma delas. E inclui ainda a entrega de seus passaportes brasileiro e espanhol para que ele não possa deixar a Espanha, bem como a obrigatoriedade de comparecer semanalmente ao tribunal. A vítima e sua advogada recorreram da decisão.
Além do cárcere, Alves já havia pago 150 mil euros de indenização. Durante o período de liberdade condicional, ele ainda será supervisionado por cinco anos e não poderá exercer emprego, cargo ou comércio com menores de idade. A pena também prevê que Alves mantenha 1 quilômetro de distância da vítima, estando impedido de se comunicar com ela por nove anos e meio.
Relembre o caso
Alves estava preso preventivamente em Barcelona, na Espanha, desde 20 de janeiro de 2023. A prisão ocorreu após uma acusação de estupro cometido em 30 de dezembro de 2022, na casa noturna Sutton, uma famosa boate de luxo.
A vítima, que procurou as amigas e a segurança da balada logo após o ocorrido, acusa o jogador de a ter estuprado no banheiro da área VIP da boate. De acordo com o depoimento, ela entrou voluntariamente, mas ele se recusou a deixá-la sair depois que ela desistiu do ato. A equipe da balada acionou a polícia imediatamente, e os oficiais colheram o depoimento dela, que se manteve consistente até o julgamento. Alves já havia deixado o local quando as autoridades chegaram.
O julgamento do caso teve início no dia 5 de fevereiro. Ao longo de três dias, vítima, acusado e testemunhas foram ouvidos. As imagens da casa noturna, assim como os depoimentos dos funcionários e dos amigos da denunciante, corroboraram a denúncia. Os laudos técnicos também confirmaram que houve relação sexual, embora não dessem provas de que houve violência. De acordo com o texto da sentença, no entanto, “para a existência de agressão sexual não é necessário que ocorram lesões físicas, nem que haja provas de oposição heroica por parte da vítima à manutenção de relações sexuais”.
O depoimento de Alves, por outro lado, mudou de versão algumas vezes — primeiro afirmando que não conhecia a vítima, depois que não houve penetração e, por último, que a relação foi consentida — o que foi destacado ao longo do julgamento e pode ter pesado contra Daniel.