Santiago Aparicio.
Madri, 22 dez (EFE).- Real Madrid, Manchester United, Santos e vários outros tentaram fazer frente, mas o Barcelona se manteve fiel à sua filosofia e com um futebol de toque de bola venceu cinco dos seis torneios que disputou no ano, recuperando a hegemonia que havia perdido para a Inter de Milão na temporada anterior.
Empenhado em fazer história, o time do técnico Josep Guardiola voltou a ser o melhor do planeta, e confirmou isso no último domingo, goleando o Peixe, de Neymar e Paulo Henrique Ganso, por 4 a 0 na final do Mundial de Clubes, disputado no Japão.
Em uma equipe que presa pela força coletiva, voltou a se destacar o talento individual do argentino Lionel Messi, favorito a conquistar em janeiro, pela terceira vez seguida, o prêmio de melhor do mundo pela Fifa, e do espanhol Xavi Hernández.
Perto do nível dos dois esteve o português Cristiano Ronaldo, que conquistou a Chuteira de Ouro da Uefa por ter feito 40 gols no Campeonato Espanhol. No entanto, o atacante não conseguiu ajudar o Real Madrid a conquistar títulos.
A Inter foi vítima de seu próprio sucesso. Poucos na história tiveram um desempenho tão bom quanto o da equipe de Milão em 2009 e 2010. A hegemonia acabou com a saída do técnico José Mourinho para o Real, no meio do ano passado.
A partir daí, nada foi igual na equipe ‘nerazzurra’. Passaram por lá os técnico Rafael Benítez, Leonardo e Gian Piero Gasperini, mas nem as conquistas do Mundial de Clubes de 2010 e da Copa da Itália proporcionaram tranquilidade.
Nos últimos meses, sob o comando de Claudio Ranieri, a Inter reagiu, avançou na Liga dos Campeões e subiu do 16º para o quinto lugar do Campeonato Italiano, embora ainda esteja distante da líder Juventus.
Foi o Barcelona o que se sentou no trono em que estavam os italianos. Com uma superioridade arrasadora, faturou o Espanhol, a ‘Champions’, as Supercopas da Espanha e da Europa e o Mundial. Perdeu apenas a Copa do Rei, com uma derrota para o Real.
O ano, aliás, ficará marcado internacionalmente pelos sete superclássicos espanhóis. Os madrilenhos venceram apenas o da decisão da Copa do Rei, mesmo assim apenas na prorrogação.
Pelo Campeonato Espanhol da temporada 2010/2011, o Barça conseguiu um empate em 1 a 1 e praticamente garantiu o título. Nas semifinais da Liga dos Campeões, Messi e companhia venceram por 2 a 0 em pleno Santiago Bernabéu e, com um novo 1 a 1, no Camp Nou, se garantiram na decisão.
A temporada atual começou com dois confrontos pela Supercopa da Espanha: 2 a 2 em Madri, na ida, e 3 a 2 para o time catalão na volta, em Barcelona. Por fim, pelo Espanhol, há pouco menos de um mês, Messi e companhia venceram por 3 a 1, de virada, no Bernabéu.
Na decisão da Liga dos Campeões, o time de Guardiola bateu sem dificuldades do Manchester United. Foi o começo de um período ruim para os ‘Diabos Vermelhos’, eliminados ainda na fase de grupos na atual edição do torneio continental.
A última vítima do Barça foi o Santos. Apesar de ter sido presa fácil para os melhores do mundo, o ano para o time paulista foi dos melhores, com a conquista do Campeonato Paulista e do tri da Taça Libertadores.
O fim de 48 anos de jejum no torneio continental aconteceu com dificuldades. O Peixe teve dificuldades na primeira fase, até a chegada do técnico Muricy Ramalho, que soube fortalecer uma defesa que vivia em apuros devido ao ímpeto ofensivo do time.
E 2011 não foi feito apenas de títulos para o Peixe. O clube conseguiu resistir ao assédio de Barcelona e Real Madrid e manteve Neymar no elenco, em tese, até depois da Copa do Mundo de 2014. No entanto, os europeus dificilmente desistirão de contar com a joia de 19 anos.
Em território nacional, o Corinthians superou a eliminação ainda na fase preliminar da Libertadores e se sagrou pentacampeão brasileiro.
Ainda na América do Sul, Vélez Sarsfield e Boca Juniors voltaram a montar equipes vencedoras e ficaram com o título do Torneio Clausura e do Torneio Apertura, respectivamente. Por outro lado, o River Plate foi castigado por conta do mau desempenho nas últimas três temporadas e caiu pela primeira vez em sua história para a segunda divisão.
A queda do gigante, decretada após a derrota para o Belgrano na repescagem, representou uma mudança de paradigma na elite, historicamente dominada por River e Boca.
Maior vencedor do país, com 33 títulos, o River encerrou o pior ano de sua história com a vice-liderança da segunda divisão, atrás do Instituto, mas mesmo assim subiria diretamente caso o campeonato terminasse hoje.
Na Europa, apenas um time obteve reconhecimento parecido ao do Barcelona. E com base sul-americana. Liderado pelos atacantes Hulk, da seleção brasileira, e Radamel Falcao, da Colômbia, o Porto foi campeão português com cinco rodadas de antecipação, além de ter vencido a Liga Europa e a Taça de Portugal. EFE