Alex Morgan, ícone do futebol feminino dos EUA, anuncia aposentadoria
A espera do segundo filho, a jogadora defendeu por 15 anos a camisa da seleção americana
A medalhista olímpica e bicampeã mundial Alex Morgan anunciou que está se aposentando do futebol profissional. Além de ter sido uma das jogadoras mais prolíficas de sua geração, Morgan esteve à frente de iniciativas em prol da igualdade salarial entre as equipes das seleções masculina e feminina dos Estados Unidos.
“Essa decisão não foi fácil, mas no começo de 2024 eu senti no meu coração e na minha alma que essa seria a última temporada que eu jogaria futebol”, escreveu em suas redes sociais. “O futebol faz parte de mim há 30 anos, e foi uma das primeiras coisas que eu amei. Eu dei tudo para esse esporte e o que eu recebi em troca foi mais do que eu poderia ter sonhado.”
Aos 35 anos, a jogadora espera seu segundo filho. Ela já é mãe de Charlie, de quatro anos, fruto do seu relacionamento com o jogador de futebol americano Servando Carrasco. A atleta jogará sua última partida no próximo domingo, onde defenderá o San Diego Wave, que disputa a Liga Nacional Feminina dos Estados Unidos.
Ídolo Nacional
Morgan protagonizou uma série de conquistas ao longo dos 15 anos em que defendeu a camisa da seleção americana. Além dos títulos da Copa do Mundo Feminina, de 2015 e 2019, ela também ganhou medalhas de ouro nas Olimpíadas de Londres de 2012 e bronze nos Jogos de Tóquio, de 2021.
Ao todo, a atleta jogou em 224 partidas pela seleção, somando 123 gols, o que fez dela a quinta maior artilheira da história da equipe. Ela foi nomeada a Jogadora de Futebol do Ano, nos Estados Unidos, em 2012 e 2018. Seu último jogo com a seleção foi no dia 4 de junho, contra a Coreia do Sul. Ela não integrou a equipe campeã dos jogos de Paris.
Luta por igualdade
O impacto de Morgan não se restringe às quatro linhas do gramado. A jogadora se tornou uma das principais vozes em defesa da luta por igualdade e justiça social entre homens e mulheres no esporte.
Ela estava entre os cinco jogadores que apresentaram uma queixa à Equal Employment Opportunity Commission em 2016 por discriminação salarial. Eles processaram a US Soccer em 2019, citando pagamento e tratamento desiguais em comparação com a seleção masculina nacional.
O processo foi resolvido e em 2022 os lados concordaram com acordos de negociação coletiva que pagam ambas as equipes igualmente. “Sucesso para mim é nunca desistir e dar tudo de si, e eu fiz exatamente isso”, disse Morgan. “Estou dando tudo de mim todos os dias em campo, e fiz isso dando tudo de mim no esforço implacável por investimento em esportes femininos, porque nós merecemos isso.”