Fotografado empunhando um fuzil e citado em um inquérito que investiga traficantes da zona norte do Rio, Adriano tem uma tarde decisiva nesta quarta-feira. O jogador é aguardado para prestar depoimento no Ministério Público Estadual do Rio sobre suas relações com um traficante que, entre outros crimes, é apontado como o chefe da quadrilha que, em outubro do ano passado, abateu um helicóptero da Polícia Militar no Rio. À medida que tenta evitar ser fotografado na porta da delegacia que investiga o caso, o craque se complica.
O drible na Polícia Civil irritou o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, e o delegado da 38ª DP (Brás de Pina), responsável pelo inquérito que investiga as relações do jogador com traficantes. E, desde a publicação de fotos em que Adriano exibe um fuzil e mostra, com as mãos, a sigla de uma facção criminosa, o caso passou a interessar também a Delegacia de Combate às Drogas (Dcod), que abriu mais um inquérito. Só pelo sinal “CV” (foto abaixo), Adriano já pode ser acusado de apologia ao crime.
Investigação – O inquérito da 38ª DP investiga “tráfico ilícito de drogas, associação para fins de tráfico e posse ilegal de arma de fogo praticados por integrantes da organização criminosa Comando Vermelho” nas favelas Furquim Mendes e Dique, na zona norte do Rio. A investigação corre em sigilo, o que levou o promotor Alexandre Themístocles a solicitar a apuração de como vazaram detalhes de interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça. Nas gravações, Adriano relata a um amigo que estaria sendo “sufocado” pelo traficante Fabiano Atanásio da Silva, conhecido como FB, que estaria cobrando dele 60.000 reais.
As relações de Adriano com traficantes começaram a chamar a atenção da polícia no ano passado, quando outra delegacia, a 22ª DP (Penha) instaurou inquérito para investigar como uma moto, comprada pelo atacante por 35.000 reais, foi registrada em nome da mãe de um traficante. A mulher, com 66 anos, nunca teve habilitação para conduzir carros ou motos.