Toda derrota precoce do Brasil em Copa do Mundo é melancólica – e lá se vão vinte anos, desde o penta no Japão e Coreia, que a cena da saída da seleção do hotel, a caminho do aeroporto, virou símbolo da incapacidade de vencer.
Na hora do almoço deste sábado em Doha, a delegação deixou o hotel Westin Doha, onde estava hospedada. O voo fretado decolaria às 12h50, com parada programa em Londres – de lá os jogadores, quase todos morando na Europa, iriam para sua casas. Ninguém parou para conversar com a imprensa, que assistiu o adeus à distância.
Já na madrugada depois da derrota nos pênaltis para a Croácia, alguns jogadores deixaram a concentração, por terem conseguido voos mais cedo Alisson, Gabriel Martinelli, Éder Militão, Vinicius Jr. Alex Sandro e Bruno Guimarães.
O próximo passo, agora, será a escolha de um novo treinador. O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, não esconde a vontade de contratar um profissional de fora do Brasil – um sonho impossível seria Pep Guardiola. Tite, em entrevista a PLACAR, antes da Copa, foi claro: preferia um técnico brasileiro para o seu lugar.
A campanha apenas mediana no Catar, com três vitórias, uma derrota e a eliminação nos pênaltis contra os croatas deixa, uma vez mais, um travo amargo.
Apenas dois torcedores foram ao hotel para se despedir da seleção, dois jordaniamos, o pequeno Ahmad e sua irmã mais velha, Enan. “Ficamos muito tristes com a derrota, mas ao menos pudemos vê-los de perto nestas semanas. Sempre fomos fãs do Brasil”, diz ela, que contestou as substituições de Tite na eliminação e também a escolha dos batedores na disputa de pênalti. Agora, ambos vão torcer pela Argentina de Messi.