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Selton Mello, de volta à TV, quer fazer ‘coisa para milhões’

Ator, que abriu mão de contrato com a Globo para dar prioridade ao cinema, diz que 'nada paga a liberdade da gente'

Por Rafael Lemos
4 ago 2010, 09h28

‘Eu sou cabeça por um lado e tosco, por outro. O Zorra Total, por exemplo, é considerado tosco. Mas eu assisto com um prazer enorme. Lá, tem a Katiusa Canoro, que eu acho um gênio. Também adoro a Fabiana Karla’

Depois de três anos fora da televisão, Selton Mello está de volta como protagonista de A Cura, série que estreia na TV Globo no dia 10. Aos 37 anos de idade, e um dos mais talentosos atores de sua geração, Selton fez muito mais cinema que TV nos últimos dez anos. Entre grandes sucessos de bilheteria como Lisbela e o Prisioneiro e produções alternativas como O Cheiro do Ralo, são 20 filmes. Na TV, cinco minisséries – A Invenção do Brasil (2000), Brava Gente (2000), Os Maias (2001), Os Aspones (2004) e O Sistema (2007). E nenhuma novela. Esse mix foi determinado por uma decisão importante: Selton abriu mão de ter contrato fixo com a Globo. Queria fazer mais cinema, e isso era incompatível com os prazos de produção de novelas.

Selton pagou um preço razoável pela decisão. Até hoje, lamenta não ter podido aceitar o papel do vilão Olavo, na novela Paraíso Tropical (2007), que acabou fazendo um sucesso estrondoso com Wagner Moura. Ele garante que, antes mesmo de a trama entrar no ar, já sabia que o personagem iria estourar. “Eu sabia disso. Mas eu também não queria abrir mão de fazer o Johnny (de Meu Nome não é Johnny, 2008). Eu não podia virar para o Gilberto Braga e dizer que queria o papel, mas pedir para ele criar uma viagem de três meses para o personagem no meio da novela. Não tenho cara nem cacife para isso”, argumenta. Mas não se arrepende. “Nada paga a liberdade da gente”, disse a VEJA.com.

Agora, acredita estar trilhando um caminho de volta. Depois da bilheteria modesta de O Cheiro do Ralo, filme no qual investiu muita energia e dinheiro, chegou à conclusão de que está na hora de novamente buscar o grande público. “Esse filme é um projeto que eu amo especialmente. Mas me dediquei tanto e tive 170.000 espectadores, o que não é nada perto do tamanho da população. É isso que me dá vontade de fazer uma coisa para milhões”, desabafa.

Isso inclui a intenção de voltar às novelas, das quais está afastado desde Força de um Desejo (1999). “Tem uma coisa na TV que eu dou o maior valor. É um veículo que fala pra muita gente. Às vezes, aqui no Rio, esquecemos disso e ficamos ligados em saber quem foi à praia no Leblon. A gente emociona gente lá no Acre, em Belém… Gente que não está preocupada com isso, mas com o nosso trabalho mesmo”, filosofa.

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Longe de qualquer preconceito intelectual, ele se diz fã de programas como Zorra Total e Raul Gil. “Eu sou cabeça por um lado e tosco, por outro. O Zorra Total, por exemplo, é considerado tosco. Mas eu assisto com um prazer enorme. Lá, tem a Katiuscia Canoro, que eu acho um gênio. Também adoro a Fabiana Karla. Me emociono vendo os calouros do Raul Gil. Então, qual o critério de tosco? Eu não sei”, argumenta.

Totalmente recuperado de uma depressão que o assombrou no ano passado após a decisão de cortar os remédios que tomava para emagrecer, Selton faz planos para o futuro. Ele confessa que traçar estratégias de carreira não é o seu forte, mas arrisca um palpite de que seu lado ator tende a diminuir diante de uma nova paixão: a direção. “Talvez, no futuro, eu comece a dirigir mais do que atuar, porque está me dando muito prazer”, revela. Assim que acabarem as gravações de A Cura, Selton retoma a montagem do seu segundo filme como diretor, O Palhaço, estrelado por Paulo José. E não descarta a possibilidade de exercer essa nova faceta na televisão. “Se eu pudesse dirigir coisas na TV, faria algo na pegada que o Guel (Arraes) fez na década de 90, adaptando coisas da literatura brasileira. Talvez coisas contemporâneas, que têm a ver com a minha geração”, especula, animado.

Antes disso, no entanto, Selton Mello ainda pretende fazer muitos trabalhos na TV como ator. Ele cultiva um forte laço com o veículo, em especial com a TV Globo, onde estreou com apenas 7 anos. “Sempre que volto, passo por coisas muito carinhosas. Tem um contrarregra, que se chama Brandão e trabalha na Globo há uns 30 anos. Quando me vê, ele lembra histórias, conta que eu ficava brincando com o material dele”, diz. E se surgir um convite vindo de uma emissora concorrente? Ligações afetivas à parte, Selton diz que não teria problema algum. “Se o personagem for bom, eu faço”, afirma. Tudo em nome da liberdade.

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