Neil Young anuncia processo contra Trump por uso indevido de suas músicas
Roqueiro junta-se a Adele e aos Stones na legião de artistas rebelados contra a apropriação de sua obra por políticos, especialmente o presidente americano
Música pop e política, que por tanto tempo andaram de mãos dadas, hoje estão definitivamente em litígio. O cantor e lenda do rock’n’roll Neil Young é o mais recente artista irritado com o uso indevido de suas canções pelos políticos em campanha. Em texto publicado em seu site, o cantor anunciou que vai entrar com uma ação contra o presidente americano Donald Trump para exigir que ele pare de usar suas músicas em comícios eleitorais.
Young afirma que Trump não pediu sua autorização pelo uso das canções Rockin’ In The Free World e Devil’s Sidewalk, e o acusa de violar os direitos autorais. “O demandante não pode permitir que sua música seja usada como tema para uma campanha divisiva, não americana, de ignorância e ódio”, diz o documento. Esta não é a primeira vez que o músico critica o presidente pelo uso indevido de suas canções. Durante as prévias eleitorais da eleição passada, em 2016, Young já advertira Trump para não usar suas músicas.
A ação de agora, que ainda não foi levada a um tribunal federal de Nova York, pede que o presidente seja multado em até 150 mil dólares (cerca de 790 mil reais) por cada infração.
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Clique e AssineYoung se junta a uma corrente de artistas internacionais incomodados com o uso político de suas canções. Recentemente, astros como Mick Jagger, Sheryl Crow, Lionel Ritchie e Elvis Costello assinaram uma carta solicitando aos políticos que peçam permissão antes de utilizarem suas músicas em atos de campanhas. “Nenhum artista deve ser obrigado a comprometer seus valores ou a se associar a políticos que não respeitam ou apoiam”, escreveu pelo Twitter a associação sindical Artist Rights Alliance.
Trump é um dos mais contumazes tomadores de empréstimos musicais indevidos. Steven Tyler, vocalista do Aerosmith, exigiu que o presidente parasse de reproduzir a música Livin’ on the Edge em seus comícios. “Elas não são para campanhas políticas”, justificou a banda. A cantora Adele também criticou o presidente após o uso indevido de Rolling In the Deep em um comício em Iowa. A banda R.E.M igualmente não ficou satisfeita com o uso da canção It’s the End of the World.
Em junho, foi a vez de os Rolling Stones ameaçarem tomar medidas legais contra o presidente Trump por utilizar a música You Can’t Always Get What You Want em comícios.