Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Uso de Enem no cálculo do Ideb pode causar distorção

Participação de escolas na avaliação é irregular, comprometendo aferição

Por Da Redação
23 ago 2012, 12h42

O uso do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no cálculo do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), proposto pelo ministro Aloizio Mercadante, pode introduzir uma distorção na medição da qualidade da educação nesse ciclo do ensino. Isso porque a adesão de estudantes à avaliação nacional é irregular, o que deve comprometer a aferição. No exame de 2010, por exemplo, 60% das escolas “levaram” menos da metade de seus alunos ao Enem. Em apenas 7,6% das unidades, mais de 90% dos estudantes fizeram a prova. Além disso, a taxa de participação de alunos da rede privada supera a da pública em 85%: ou seja, certos grupos de estudantes têm mais interesse no Enem do que outros.

Os dados mostram, portanto, que é questionável a teoria de que o Enem tem representatividade censitária, como defende Mercadante. A amostra, nesse caso, é aleatória e pode não refletir o desempenho das escolas, fornecendo um retrato pouco fiel da qualidade do ensino.

Leia também:

Ideb: 37% das cidades não atingem metas

MEC vai usar Enem para calcular Ideb do ensino médio

Continua após a publicidade

Taxa de participação de alunos da rede privada no Enem 2010 supera a da pública em 85%

O Enem é feito por alunos mais preparados, focados na aprovação em uma universidade, uma vez que o exame se tornou via de acesso a instituições públicas e também privadas, via ProUni. De acordo com um ex-funcionário do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), que pediu anonimado, isso favorece escolas com desemepenho ruim a encorajar seus melhores alunos a fazer o exame, desestimulando os piores e elevando, assim, a nota da instituição na avaliação.

Estados que possuem as escolas que registraram as mais baixas taxas de adesão ao Enem obtiveram também as mais baixas notas no Ideb. Em Alagoas, que ostenta o pior índice do país no Ideb (2,6,), 77,9% das escolas não “levaram” nem metade dos estudantes ao Enem. Em seguida, estão Amapá e Pará, com baixa adesão e notas abaixo da média nacional.

Outro problema estaria na conciliação das métricas de avaliação, uma vez que o Enem e o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), conjunto de provas que avalia a educação básica e que compõe a nota do Ideb, utilizam “réguas” diferentes para aferir o conhecimento dos alunos. Esta “régua” é uma marcação onde são dispostas as questões da prova de acordo com seu grau de dificuldade (leia mais sobre a Teoria da Resposta ao Item). O ministro Mercadante deu 60 dias para o Inep apresentar um estudo de compatibilização das “réguas” do Enem e do Saeb.

Continua após a publicidade

(Com informações da Agência Estado)

Leia também:

Ideb cai em nove estados no ensino médio

Novo currículo do ensino médio deve ser inspirado no Enem

Continua após a publicidade

Sobram pedagogos e faltam gestores, diz especialista

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.