O professor Luiz Gustavo Bonatto Rufino decidiu ampliar os horizontes de suas aulas de educação física depois de realizar uma pesquisa com seus alunos sobre suas impressões sobre o próprio corpo. A reflexão proposta por ele aumentou a autoestima das crianças, diminuiu o índice de bullying na Escola Municipal Odete Emídio de Souza, em Paulínia (SP) e lhe valeu a conquista do Prêmio Educador Nota 10 de 2019.
“Uma quantidade expressiva de alunos apontou estar descontente com seu visual. Algumas respostas foram assustadoras, como crianças que disseram que não gostavam de seu corpo por serem negros, feios, gordos, baixos. Por outra lado, outras disseram ser lindas, pois são loiras, de olho claro, cabelo liso… ou seja, havia referenciais padrões de beleza e comportamento para serem alinhados. Eu expliquei que o cabelo não precisa ser liso para ser bonito.”, contou Luiz Gustavo, de 30 anos.
Além das aulas em quadra, o professor solicitou uma redação sobre os limites do corpo e sobre qual imagem as crianças passaram a ter de si mesmas. “A educação é de corpo inteiro. Não havia sentido falar sobre o tradicional “cabeça, joelho e pé”. Eu quis ampliar a discussão sobre o corpo. Notamos significativas mudanças”, completou o professor.
Com o projeto “Ressignificando as visões sobre o corpo”, Luiz Gustavo conquistou um lugar entre os dez melhores professores do ano pelo Prêmio Educador Nota 10, promovido pelas fundações Victor Civita e Roberto Marinho. Ele agora tem a chance de ser vencedor do título Educador do Ano na cerimônia que acontece no dia 30 de setembro, em São Paulo.