No primeiro dia de aula, professores da USP Leste podem entrar em greve
Com campus interditado, aulas foram transferidas para prédios provisórios. Funcionários também ameaçam parar atividades em protesto à falta de estrutura
No primeiro dia do ano letivo para estudantes do campus Leste da Universidade de São Paulo (USP), os professores ameaçam entrar em greve em protesto à falta de estrutura nos espaços emprestados para começar as atividades da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH). A decisão será tomada na tarde desta segunda-feira, em assembleia na Associação dos Docentes da USP (Adusp).
Quase 5.000 alunos foram realocados em outros prédios da USP e em salas de aula emprestadas pela Universidade da Cidade de São Paulo (Unicid) e pela Faculdade de Tecnologia (Fatec) Tatuapé. De acordo com Adriana Tufaile, membro da diretoria da Adusp, os espaços não são adequados por não comportarem a biblioteca e os laboratórios para aulas práticas. “Além disso, os estudantes terão dificuldades para se deslocarem pela cidade e também estarão sem alimentação subsidiada durante esse tempo”, afirma.
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Após ter sido adiado por três vezes, o início das aulas em prédios provisórios também não agradou estudantes e funcionários, que terão assembleias ao longo do dia para decidir se param as atividades.
Em nota, a assessoria da USP Leste informou que “as dificuldades encontradas em termos de infraestrutura, como projetores, cópias xerox, serviços de apoio, informática, alimentação e outras, serão tratadas com a agilidade possível.”
A área onde está instalada a EACH está interditada por determinação da Justiça devido à contaminação do solo desde o dia 9 de janeiro. De acordo com a reitoria, a instituição já providenciou a contratação de dez bombas fixas para a extração de gases do subsolo e o encaminhamento para a Cetesb dos resultados da análise de risco à saúde humana.
A USP informa ainda que está realizando a “reavaliação sistemática da situação” para garantir o aval da Justiça para o retorno das aulas no campus Leste.