A Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP) vai adotar o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que prevê a entrada de candidatos pela nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), para a maioria dos cursos de graduação. Para o próximo vestibular, todos os cursos de comunicação – educomunicação, biblioteconomia, jornalismo, editoração, publicidade e propaganda, relações públicas e turismo – vão preencher 81 das 270 vagas pelo sistema. Dessas 81 vagas, 34 serão reservadas para candidatos pretos, pardos e indígenas, conforme denominação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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Os demais cursos da unidade – audiovisual, artes cênicas, artes visuais e música – não farão parte do processo. Segundo a direção da ECA, as graduações em artes exigem provas de habilidade específica, que são anteriores ao vestibular. A Universidade de São Paulo (USP) definiu que cada uma de suas unidades tem liberdade para oferecer vagas pelo Sisu – até um limite de 30%.
A adoção do Sisu deve ser referendada nesta quinta-feira pelo Conselho de Graduação. Dois dos cursos que adotaram a mudança para este ano – jornalismo e publicidade e propaganda – estiveram entre os dez mais concorridos na relação candidato-vaga no vestibular do ano passado.
A adoção de cotas sociais e raciais na instituição é pauta antiga do movimento estudantil e já ocorre nas universidades federais desde 2012. No mês passado, alunos ocuparam diversas unidades, incluindo a ECA, reivindicando a adoção de cotas e políticas de permanência estudantil.
Em 2015, a universidade já tinha aderido ao Sisu, separando para o vestibular de 2016 13,5% das vagas – 10,5% para alunos de escola pública e 1% para pretos, pardos e indígenas. Mas 10 das 42 unidades da instituição decidiram não abrir espaços, incluindo a ECA.
Com notas de corte que chegaram a 700 pontos, só 55% (814) das 1.489 vagas destinadas ao Sisu foram preenchidas no ano passado, e a taxa de ingresso de alunos de escola pública recuou de 35,1%, em 2014, para 34,6%, ainda mais longe da meta de 50% até 2018.
(Com Estadão Conteúdo)