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Como esperado, escolas particulares dominam Enem 2010

Entre as cem melhores instituições, apenas 13 são públicas. Entre as cem piores, nenhuma é privada

Por Nathalia Goulart
12 set 2011, 06h03

O Ministério da Educação (MEC) divulgou nesta segunda-feira os resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2010 por escola. Não houve surpresas: o desempenho das escolas particulares supera, e muito, o das públicas. Neste ano, 87 das cem melhores instituições são privadas.

Pela primeira vez, o MEC decidiu dividir o resultado das instituições de ensino de acordo com a taxa de frequência de seus alunos na prova. São quatro os grupos:

Participação entre 75% e 100%

Participação entre 50% e 75%

Participação entre 25% e 50%

Participação menor que 25%

Leia também:

Taxa de participação de estudantes da rede privada no Enem 2010 supera a pública em 85%

No topo da lista, aparece o Colégio São Bento, do Rio de Janeiro. Em 2009, a escola havia perdido a primeira colocação, conquistada pela primeira vez em 2007, para o Colégio Vértice, de São Paulo. A média dos estudantes do Colégio São Bento no Enem 2010 foi de 761,7 pontos. A instituição de ensino teve 100% de participação na prova aplicada pelo MEC: ou seja, todos os concluintes do ensino médio fizeram o exame.

Mais de 7,5 pontos atrás aparece o Instituto Dom Barreto, do Piauí, com média de 754,13 pontos e índice de participação de alunos de 95,7%. Em seguida, com 743,75 pontos, está o paulistano Vértice, campeão do ano passado. Finalizam o ranking dos cinco melhores os mineiros Bernoulli (741,97 pontos) e Santo Antônio (740,06). Ambos tiveram taxa de participação de 100%.

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No extremo oposto do ranking, entre as cem piores escolas, nenhuma é privada. Com média de 359,79 pontos, a Escola Estadual Indígena Dom Pedro I, no estado do Amazonas, aparece no fim da lista. A unidade teve uma taxa de participação de 38,2% no exame. Logo acima, aparece o Centro de Ensino Médio Mediado por Tecnologia Rural, também do Amazonas, com 403,58 pontos e taxa de participação de 48,4%.

O Colégio Estadual Agrovila (406,66 pontos), na Bahia, a Escola Professora Josefina Gomes Araújo (408,27), em Pernambuco, e o Colégio Estadual Parsondas de Carvalho (413,16), no Maranhão, também figuram entre as piores. As três últimas instituições registraram taxas de participação de 15,5%, 29,3% e 25,4% respectivamente.

Para os especialistas, não há surpresa no resultado. “O estrato social que faz parte da escola privada é aquele que tem pais com ensino superior, que acompanham de perto o desempenho dos filhos, que incentivam a leitura. É isso que revela o resultado do Enem”, aponta Cesar Callegari, membro do Conselho Nacional de Educação (CNE) e presidente do Instituto Brasileiro de Sociologia Aplicada (IBSA). “A escola pública é menos homogênea, é expressão mais plural da sociedade.”

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Callegari acrescenta que a infraestrutura também influencia a qualidade do ensino. “As escolas privadas contam com condições muito melhores que as públicas. Possuem laboratórios, equipamentos, professores mais bem remunerados, métodos pedagógicos mais avançados, entre outros”, diz o especialista. “Quando escolas públicas conseguem oferecer estrutura semelhante, se equiparam às particulares. É o caso dos institutos militares, das escolas técnicas e daquelas ligadas a universidades.”

Callegari tem razão. A primeira instituição pública que aparece no ranking do Enem é a Escola de Aplicação da Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais. Também se destacam a escola ligada à Universidade Federal do Paraná, o Colégio Militar de Belo Horizonte e o Colégio de Aplicação, ligado à Universidade Estadual do Rio de Janeiro.

Nota – Os estudantes concluintes do ensino médio regular tiveram um desempenho ligeiramente melhor no Enem 2010 em comparação ao exame de 2009. A adoção da Teoria de Resposta ao Item (TRI), ferramenta que calibra a dificuldade de avaliações distintas, permitiu pela primeira vez a comparação das duas últimas edições do Enem.

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De acordo com o MEC, o avanço foi de 9,63 pontos: de 501,58 para 511,21 na prova objetiva. O ministro da Educação, Fernando Haddad, espera que essa média chegue a 600 pontos em 2028 – projeção feita a partir de outras metas, como as estabelecidas pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). A média perseguida para 2028, porém, é bem inferior aos 761,7 pontos obtidos pelo Colégio São Bento em 2010.

Leia mais:

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