Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Usuários de planos de saúde podem arcar com dois reajustes em 2021

Aumento suspenso entre setembro e dezembro voltou a valer em janeiro e será parcelado em 12 meses; em maio, ANS deve publicar regras de nova correção anual

Por Diego Gimenes
Atualizado em 6 jan 2021, 14h10 - Publicado em 6 jan 2021, 07h54
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Com o início de 2021, algumas medidas emergenciais que foram tomadas para mitigar os efeitos do coronavírus na economia chegaram ao fim. Além do auxílio emergencial e do programa de redução de salários e jornadas de trabalho — que foram vitais para pessoas e empresas atravessarem o período de isolamento social –, o reajuste de 8,14% referente a 2019 nos valores dos planos de saúde individuais e familiares com até 29 beneficiários, que foi suspenso em setembro de 2020, passou a vigorar no primeiro dia de 2021. O índice é válido para o período de maio de 2020 a abril de 2021. Fora o aumento na mensalidade de janeiro, os usuários terão de pagar pelo período em que esse reajuste estava suspenso, de forma separada e em até 12 meses. Além disso, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) deve publicar em maio as regras para a nova correção dos planos, ou seja, alguns usuários terão de arcar com dois reajustes num mesmo ano.

    Vale lembrar que esse reajuste deve chegar a 20 milhões de usuários, de um total de 47,2 milhões, segundo a ANS. Isso porque o reajuste dos planos coletivos com mais de 29 pessoas é calculado com base na livre negociação entre operadoras e contratantes.

    O plano de saúde tem um peso importante na inflação do consumidor porque compromete, em média, 4% do orçamento das famílias. Se uma casa tem idosos, esse percentual pode até dobrar. Fato é que, em 2021, o aumento real das mensalidades pode chegar a 15% e responder por 0,6 ponto percentual da inflação este ano, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). A estimativa leva em conta que, além do reajuste retroativo, haverá a correção anual que será definida pela ANS em maio. “O plano de saúde vai ter uma participação grande na inflação deste ano e isso é um desafio a mais para as famílias, principalmente para aquelas com idosos e com uma rigidez maior a abrir mão desse tipo de serviço”, analisa André Braz, coordenador do Indíce Geral de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Getulio Vargas.

    Do outro lado, o discurso das operadoras é de que os custos subiram e os valores precisam ser recompostos. “Não dar o reajuste é desafiar o equilíbrio financeiro do sistema inteiro. Um setor desse tamanho e importância não pode tomar medidas sem calcular os passos”, diz Marcos Novais, superintendente executivo da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge).

    O argumento usa como base a inflação de medicamentos, que deve girar entre 4% e 5% no ano e usa como base apenas o chamado preço teto, que é o limite de preço em que um insumo pode ser vendido. Supondo que um medicamento que possa ser comercializado na faixa entre 50 reais e 100 reais tenha tido uma inflação de 5%, ele passaria a ser vendido na faixa entre 52,50 reais e 105 reais, ou seja, ao considerar esse intervalo de preço e, dependendo da procura e da oferta, o aumento real pode ser maior.

    Continua após a publicidade

    Retroativo

    A cobrança referente aos meses em que o reajuste estava suspenso deve vir discriminada na fatura, junto com o número total de parcelas. Nem todos os usuários vão receber essa cobrança, em vista que o reajuste só é efetuado no mês de aniversário do plano. Para se ter uma ideia, o beneficiário de planos individuais que completam aniversário em maio — mês em que a ANS costuma publicar as resoluções sobre os valores dos planos de saúde — deve pagar, em 2021, por 8 meses do reajuste de 2020, uma vez que a ANS só publicou o percentual de aumento no final do ano.

    Por outro lado, o beneficiário de planos que completam aniversário em dezembro, por exemplo, não vão arcar com o reajuste suspenso e devem pagar apenas o aumento de 8,14% na mensalidade de janeiro, já que o reajuste para ele só passaria a vigorar após o aniversário do plano. Em resumo, quem paga por um plano de saúde vai pensar bastante antes de renová-lo. Haverá o risco de muitas pessoas deixarem os seus contratos por dificuldades de pagamentos, ainda mais com o aumento do índice de desemprego nos últimos meses.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.