O governo federal prepara um aporte de R$ 2 bilhões na Caixa Econômica Federal. Os repasses, autorizados pelo banco Central, serão feitos em duas parcelas, até o fim do ano, e visam a garantir o cumprimento de normas internacionais de crédito. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
No ano passado, a Caixa registrou lucro de R$ 12,5 bilhões, maior valor de sua história. Um quarto do montante foi repassado ao governo, que é seu único acionista e controla o banco, em maio. Agora, o Tesouro está devolvendo parte do dinheiro.
A capitalização tem como objetivo manter o banco público enquadrado nas chamadas regras de Basileia, normas internacionais que determinam o quanto um banco pode emprestar em relação ao patrimônio que possui. Uma revisão da norma cuja implementação será completada em 2019 — o Acordo de Basileia 3 — em está aumentando a exigência de capital próprio que um banco precisa ter para contrabalancear os riscos de suas operações. Com a injeção de R$ 2 bilhões do governo, a Caixa terá condições de atender com “relativa folga” as exigências de Basileia 3, afirmam fontes do governo.
O aporte alivia as contas do banco, que inicialmente contava com uma capitalização de R$ 15 bilhões que sairiam do FGTS, mas desistiu do valor por causa de imbróglios jurídicos. Desde 2017, o banco vem tomando medidas para se adequar à normal internacional. Passou a reter uma fatia de lucros que, normalmente, repassaria ao governo. Também diminuiu o provisionamento dedicado ao plano de saúde de seus funcionários, realizou planos de demissão voluntária, fechou agências, e diminuiu muito a concessão de empréstimos.