A Uber pagou menos do que devia para seus motoristas em Nova York nos últimos dois anos e meio. Esse erro pode custar à companhia de transporte urbano dezenas de milhões de dólares.
Segundo reportagem do Wall Street Journal, a companhia poderá ter de pagar aos motoristas pelo menos 45 milhões de dólares (146,7 milhões de reais), o equivalente a 900 dólares (2.935 reais), em média, por motorista de Nova York do aplicativo.
A Uber deveria cobrar comissão dos motoristas após deduzir impostos e algumas tarifas. Mas em vez disso, cobrou percentagem maior do que o devido ao não descontar impostos e outras taxas antes de aplicar a sua alíquota. A comissão é de 25% dos motoristas nos EUA após um acordo nacional acertado em novembro de 2014, segundo o jornal.
“Estamos comprometidos em pagar a cada motorista cada centavo que devemos, mais juros, o mais rápido possível”, disse Rachel Holt, gerente geral do Uber para EUA e Canadá. O sindicato de motoristas independentes de Nova York, que representa 50.000 motoristas na cidade, pediu nesta terça-feira para que reguladores investiguem os pagamentos da empresa e os feitos por outros aplicativos de transporte.
A entidade também pediu investigação sobre o uso do recurso que define o valor das corridas antecipadamente para os usuários. Os motoristas reclamam que o recurso reduz o valor das corridas e que a Uber fica com a diferença, afirma a entidade que foi criada no ano passado com ajuda da própria companhia.
Tarifas
Um novo sistema de preço de viagens, que altera os valores de acordo com o perfil de cada consumidor, também estaria gerando críticas dos motoristas, segundo a agência de notícias Bloomberg.
A companhia divulgou a motoristas na última semana que um projeto piloto que calcula o preço da viagem por rotas leva em conta, além da distância e da demanda, o quanto cada perfil de consumidor poderia pagar.
Assim, uma viagem para um bairro mais rico pode sair mais cara que uma outra com as mesmas características, para um bairro mais pobre. O modelo é aplicado atualmente em 14 cidades americanas.
(Com Reuters)