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Transmissão de energia do Norte para o Sudeste está no limite

Segundo a CCEE, preço médio de comercialização de energia no mercado livre na região aumentou 94% em uma semana

Por Da Redação
28 fev 2014, 21h01
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  • Relatório divulgado nesta sexta-feira pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) aponta que o aumento da demanda no Sudeste provocou elevação em 94% no preço médio da energia no Norte, o chamado Preço de Liquidação de Diferenças (PLD). Ainda de acordo com a CCEE, os limites de transmissão de energia do Norte para as demais regiões do Sistema Interligado Nacional (SIN) foram atingidos em fevereiro. O preço médio passou de 205 reais por megawatt-hora na última semana de fevereiro para 400 reais na primeira semana de março.

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    O PLD é o preço da energia elétrica de curto prazo. Trata-se do indicador usado para negociações no mercado livre, onde atuam grandes indústrias e distribuidoras de energia – não o consumidor comum, cujo fornecimento de luz é gerido no mercado regulado pelo governo.

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    O problema é que, como muitas distribuidoras precisam comprar periodicamente no mercado à vista, a alta dos preços no mercado livre poderá ter um impacto indireto na conta paga pela população – aquela mesma que o governo afirmou ter reduzido no final de 2012. No Sudeste, por exemplo, o PLD é de 822 reais desde o início de fevereiro. O valor só não aumentou para mais de 1 500 reais porque a regulação do setor prevê que o teto não ultrapasse 822 reais.

    A região Norte é exportadora de energia e vem garantindo o abastecimento das regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste desde o início da estiagem. E, como as perspectivas de chuvas para março não são animadoras, o alcance do limite de transmissão é outro agravante para a situação do setor elétrico no país.

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    Perspectivas – O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) estima que as chuvas de março no Sudeste/Centro-Oeste, principal região para abastecimento dos reservatórios das hidrelétricas do país, devem representar 67% da média histórica para o mês, volume que não deve trazer alívio nas preocupações sobre um eventual racionamento de energia.

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    O ONS informou nesta sexta-feira que para março “prevê-se afluências superiores às verificadas em fevereiro, em todos os subsistemas, embora, apenas para o subsistema Norte, estejam previstas afluências superiores à média do mês de março”.

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    Em fevereiro, as chuvas no Sudeste/Centro-Oeste tiveram o segundo pior volume do histórico e no subsistema Nordeste foi o pior volume já registrado.

    As previsões iniciais de chuva têm decepcionado nos últimos meses. Para janeiro, a estimativa era de chuvas equivalentes a 96% da média histórica, quando o que se realizou foi 54%, segundo o presidente da Comerc Energia, Cristopher Vlavianos. Já em fevereiro, as chuvas devem fechar em 39% da média histórica, quando a previsão inicial era de que chovesse 55% da média.

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    Lobão e ONS batem cabeça sobre risco de racionamento

    Analistas do Citi escreveram em relatório nesta sexta-feira que com as chuvas de fevereiro fechando a 39% da média histórica para o mês implicaria necessidade de chuvas equivalentes a cerca de 90% da média para que as reservas de água nos reservatórios não caiam abaixo do mínimo nível de segurança em março a dezembro.

    O diretor da consultoria Excelência Energética, Erik Rego, considera que se o nível dos reservatórios na região Sudeste não melhorar ao longo do mês de março, mantendo-se no patamar atual de 35%, o país ficará muito próximo do nível do racionamento de 2001. “E se chegar abaixo de 30% em março e abril, traz uma preocupação extrema, e o racionamento fica quase inevitável”, disse ele.

    O diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, disse em meados de fevereiro que seria necessário chover 76% da média para os meses de março e abril para que os reservatórios do Sudeste cheguem a um nível de 43% ao fim de abril – o que asseguraria o fornecimento de energia.

    (Com Reuters)

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