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Serviços, maior setor do PIB, despencam no início do ano

Atividades caíram 3,1% em janeiro após baterem recorde em dezembro do ano passado; pesquisa do IBGE tem atualização metodológica

Por Larissa Quintino Atualizado em 15 abr 2023, 12h49 - Publicado em 14 abr 2023, 09h20
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  • O volume de serviços prestados no país caiu 3,1% em janeiro de 2023, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta sexta-feira, 17. A queda acontece depois de dois meses seguidos de expansão e do recorde histórico do setor atingido em dezembro do ano passado. Na comparação com janeiro de 2022, entretanto, os serviços avançaram 6,1%.

    O comportamento dos serviços é um dos indicadores mais importante da atividade econômica, já que o setor representa 70% do PIB. O avanço da economia brasileira no ano passado, por exemplo, é diretamente ligado aos bons resultados do setor. O desaquecimento dos serviços, apontado pelo Banco Central como uma das pressões inflacionárias, deve aumentar a pressão do governo e outros setores da sociedade para que a autoridade monetária baixe a taxa de juros, atualmente em 13,75%. Um dos efeitos da política monetária ao aplicar juros altos é a desaceleração da atividade econômica, já que o dinheiro fica mais caro para o consumo.

    O gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, explica que a queda verificada em janeiro elimina o ganho acumulado de 3% observado nos meses de novembro e dezembro de 2022, mas ressalta que a base de comparação se encontrava em um patamar elevado. “O setor de serviços continua muito próximo do seu ponto mais alto da série, alcançado no mês passado, o que o coloca em um patamar 10,3% acima do nível pré-pandemia”, analisa.

    Assim como nas pesquisas de indústria e comércio, os dados de janeiro fazem parte de uma nova série da Pesquisa Mensal de Serviços, que passou por atualizações na seleção da amostra de empresas, ajustes nos pesos dos produtos e das atividades, além de alterações metodológicas.

    Resultado

    A maior influência negativa no resultado do mês veio do setor de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correios, registrando queda de 3,7% em janeiro. “A queda do setor é explicada pela parte de armazenagem, que recuou 9%, com destaque negativo para gestão de portos e terminais; assim como o transporte aéreo de passageiros, que recuou 5,9% no mês”, destaca Lobo.

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    Também apresentou destaque negativo o setor de outros serviços, com -9,9% em janeiro de 2023 na comparação com dezembro de 2022, quando havia subido 9,4%. O analista esclarece, porém, que o movimento de retração decorre de receitas atípicas recebidas no mês anterior pelas empresas que atuam nos segmentos de serviços financeiros auxiliares. “No mês dezembro, frequentemente, há o recebimento de bônus por performance. Com isso, temos uma base de comparação elevada, ocasionando uma queda em janeiro, quando esse adicional de receita não está mais presente no faturamento das empresas do segmento”, comenta.

    No sentido oposto, serviços de informação e comunicação e os prestados às famílias registraram alta de 1% para o mês. O primeiro setor recuperou parte da queda (-2,5%) verificada nos dois últimos meses de 2022 e teve como destaque a alta observada em telecomunicações (8,1%) e em serviços de TI (3,6%). Já os serviços prestados às famílias assinalaram o segundo resultado positivo seguido, acumulando ganho de 3,5%.

    Em janeiro de 2023, o volume de transporte de passageiros no Brasil registrou retração de 2,4% frente ao mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais, após ter avançado 11,5% nos dois últimos meses de 2022. Dessa forma, o segmento se encontra, nesse mês de referência, 3% acima do nível de fevereiro de 2020 (pré-pandemia) e 20% abaixo de fevereiro de 2014, ponto mais alto da série histórica.

    Por sua vez, o volume do transporte de cargas apontou queda de 2,1% em janeiro de 2023, eliminando, assim, todo o ganho de 2,1% verificado no último bimestre de 2022. Dessa forma, o segmento se situa 3,6% abaixo do ponto mais alto de sua série, alcançado em agosto de 2022. Com relação ao nível pré-pandemia, o transporte de cargas está 28,6% acima de fevereiro de 2020.

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