A britânica Rolls-Royce anunciou que está cooperando com as autoridades brasileiras na investigação sobre suposto pagamento de propina para obter contratos com a Petrobras.
De acordo com reportagem do jornal The Guardian, a fabricante de turbinas, que em março anunciara que não havia sido procurada, agora diz ajudar na apuração da relação com “um influente empresário brasileiro que teria pago propina a executivos da Petrobras e a autoridades em nome de contratantes”. Esse empresário citado é Julio Faerman, ex-representante no Brasil da empresa holandesa SBM Offshore.
Segunda porta-voz, a Rolls-Royce “está colaborando com oficiais brasileiros, mas não pode falar sobre investigação em andamento”.
A empresa e a estatal atuaram juntas por mais de dez anos. No balanço do ano passado, a inglesa revelou meta de dobrar seu faturamento no Brasil até 2020.
O grupo declarou vendas na América Latina de 393 milhões de libras (cerca de 2,16 bilhões de reais) no ano passado, de um faturamento total de 15,5 bilhões de libras (85,2 bilhões de reais).
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À Operação Lava Jato, o delator Pedro Barusco, ex-gerente de engenharia da Petrobras, acusou a Rolls-Royce de dar propina, por meio de um agente, em troca de contrato para fornecer módulos de geração de energia à estatal.
Promotores na Holanda dizem já ter identificado pagamentos de Faerman a governantes brasileiros. Procurado pelo jornal inglês por meio de um representante, o empresário, que especula-se viver em Londres, não respondeu.
A Justiça da Suíça também investiga o lobista. Em março, as autoridades disseram ter congelado 400 milhões de dólares (1,4 bilhão de reais) em ativos ligados ao escândalo.
(Da redação)