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Produtividade maior abre debate sobre futuro dos empregos

Fórum debate como as mudanças tecnológicas, políticas, sociais e nos negócios afetam as pessoas, as empresas e o mundo

Por Da redação
Atualizado em 4 jun 2024, 18h31 - Publicado em 21 mar 2017, 15h57
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  • Para se manter competitivas, as empresas não podem abrir mão da inovação. Mas como envolver os colaboradores no processo de transformação? Como mudar sem deixar para trás os valores que norteiam a cultura das companhias? Esses temas foram debatidos nesta terça-feira no fórum “A Revolução do Novo”, realizado por VEJA e EXAME em parceria com a Coca-Cola Brasil.

    “A mudança é o único estado permanente. Se antes tínhamos de mudar para avançar, agora temos de mudar para não recuar. Cabe aos líderes promover ambiente de mudança constante”, disse Walter Longo.

    O evento é o segundo de uma série que aborda como as mudanças tecnológicas, políticas, sociais e nos negócios afetam as pessoas, as empresas e o mundo.

    A necessidade de mudar nem sempre é percebida pelas grandes empresas. O biólogo Fernando Reinach, sócio e gestor do fundo Pitanga, citou exemplos de empresas que não enxergaram o valor das mudanças e acabaram ficando para trás – caso da Western Union, de telégrafos, que não se interessou pela invenção do telefone apresentada por Graham Bell.

    Isso acontece, segundo Reinach, porque as grandes companhias têm dificuldade para fazer inovações radicais – aquelas que causam a destruição de produtos, serviços e modelos de negócios.

    “O problema da inovação radical é que ela contraria a cultura das empresas maduras. Para fazer essa mudança, tem que ter um time que questiona permanentemente o modelo de negócio, que diz que aquilo não funciona, que está tudo errado, uma desgraça. É um time que vai tentar destruir o negócio atual da empresa”, disse o gestor do fundo Pitanga.

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    Para o consultor Vicente Falconi,  o que motiva a inovação é atender às necessidades de quem a empresa serve. O desafio é atender a essas necessidades no mundo atual, cada vez mais acelerado. “Antes, o dia seguinte era previsível. Hoje, a gente liga a televisão e já aconteceram mil e uma coisas”, exemplifica.

    Sustentabilidade

    Em tempos de crise, as empresas precisam pensar em estratégias de sustentabilidade como uma forma de fazer negócio e sedimentar os valores de uma empresa. “A crise passa, mas os nossos valores não. Por isso, na crise, devemos fortalecer essa agenda de sustentabilidade”, diz Flavia Neves, gerente de sustentabilidade da Coca-Cola.

    Segundo ela, a transformação deve partir das próprias pessoas. “A revolução nas empresas começa nas pessoas, porque toda empresa é feita de indivíduos. Nesse sentido, a crise é benéfica”, afirma.

    Roberto Waack, presidente da Fundação Renova, lembrou que adotar estratégias sustentáveis só é possível após o convencimento da direção da empresa – desde sócios até acionistas e investidores. “Sem a participação profunda de quem coloca o capital e desenha a expectativa de retorno, como acionistas e investidores, esse jogo vai andar a uma velocidade menor do que deveria.”

    Empregos

    Para Paula Bellizia, presidente da Microsoft Brasil, a inteligência artificial vai tornar as empresas mais produtivas, realizando tarefas repetitivas de maneira mais eficiente do que os humanos.

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    Por outro lado, Romero Rodrigues, fundador e ex-CEO do Buscapé, disse acreditar que a inteligência artificial vai “roubar empregos” dos humanos. “Tarefas cognitivas muito complexas que sejam repetitivas estão condenadas. O IBM Watson, que já é usado para o diagnóstico de câncer, é um exemplo disso. A eficiência do trabalhador brasileiro vai melhorar com a inteligência artificial porque essas funções simplesmente não vão mais existir.”

    Uma ruptura nos empregos no futuro poderá ser solucionada com a educação. “O grande desafio passa a ser na educação. Se as pessoas não forem treinadas a executar outras tarefas, vai ficar complicado para elas no futuro”, afirmou Cristina Junqueira, cofundadora e vice-presidente do Nubank.

    O fim das funções repetitivas também pode ser visto como uma oportunidade. Para o presidente da Natura, Guilherme Leal, as pessoas vão ter que trabalhar menos, já que as tarefas repetitivas serão feitas por robôs. “Já estamos trabalhando menos que no começo da Revolução Industrial. Vamos trabalhar seis horas, aprender a produzir cultura. Vamos aprender a ser felizes.”

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